segunda-feira, junho 29, 2015

No tempo do Estado Nolvo de Getúlio Vargas os esportes - sobretudo o atletismo - eram bastante estimulados e os vencedores recebiam homenagens públicas. Em 1950, quando Porto Alegre talvez não tivesse 400 mil habitantes, o CP publicou matéria com a relação dos melhores atletas de 1949. Estão lá nomes de famílias conhecidas e tradicionais, especialmente as de origem alemã, como os Gerdau, por exemplo.

domingo, junho 28, 2015

No tempo dos orelhões e do divórcio: 1975.

É, o tempo passou mesmo. No tempo em que este blogueiro tinha apenas 14 anos e morava no interior, as preocupações maiores diziam respeito a coisas hoje plenamente resolvidas: a legalização do divórcio (só existia o desquite) e o problema dos agricultores envenenados com agrotóxicos - que frequentemente morriam ou sofriam graves sequelas físicas e psicológicas. Também a telefonia era, por assim dizer, jurássica, tanto que a inauguração festiva de um telefone público tornava-se objeto de matéria jornalística, como vemos nesta publicações do Correio do Povo. Movidos a ficha, os orelhões geralmente funcionavam mal ou estavam depredados. Nada parecido com os dias de hoje, quando até carroceiro tem aparelho celular e pode falar com quem bem quiser. 

quarta-feira, junho 24, 2015

Santa Maria, no tempo em que era a "capital ferroviária"

Santa Maria sempre foi um dos mais importantes municípios gaúchos. Estrategicamente localizada, bem no meio do Estado, é considerada o "coração do Rio Grande do Sul". Porém no passado, antes de ser conhecida por ser uma cidade universitária, e também antes da grande tragédia da boate Kiss, SM era muito lembrada por ser o principal entroncamento ferroviário gaúcho, ponto por onde passavam todos os comboios ferroviários. Em 1947 esta era a visão do centro de Santa Maria, conforme publicou o jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, em um "clichê" que pouco tem a ver com os dias presentes em que a zona urbana da antiga capital ferroviária soma quase 300 mil habitantes.

terça-feira, junho 23, 2015

Grêmio campeão de 1949 excursiona pela América Central e volta cheio de glórias


Em 1949 ainda havia o campeonato metropolitano de futebol, título que era também valorizado por todos os clubes participantes, em uma época em que o campeonato gaúcho - devido às dificuldades de deslocamento - era disputado por regiões. Aquele ano foi particularmente feliz para o Grêmio, que sagrou-se campeão em cima justamente do seu maior rival, o Inter. Também foi o ano em que o tricolor realizou a sua primeira grande excursão internacional, disputando jogos contra selecionados da América Central. Mesmo apanhando muito, e sendo intimidados, os jogadores gremistas voltaram invictos, com importantes vitórias, sendo entusiasticamente recebidos pela população de Porto Alegre.

sexta-feira, junho 19, 2015

Porto Alegre entregue à violência e ao crime: há 40 anos


Quem viveu em Porto Alegre nos anos setenta (ou seja, 40 anos atrás) sabe que a cidade estava longe de ser a ilha de tranquilidade que muitos apregoam ter sido, hoje. Os assaltos, já naquela época, aconteciam em grande número, e a população sentia-se insegura. Claro que não havia, da parte dos criminosos, a crueldade e a vontade de matar que hoje exibem, mas a roubalheira e a  violência eram expressivas, e ir ao centro exigia uma boa dose de cautela e olhos abertos. Assim como hoje, os moradores se queixavam da falta de policiamento e do baixo efetivo da Brigada Militar - e isso que o regime de governo de então era o militarismo, bem mais rigoroso do que o sistema atual - tanto que ainda havia prisões por "vagabundagem" (quem não portasse carteira de trabalho assinada poderia ir para o xilindró, sem mais nem menos). Acima, reproduções do Correio do Povo.

segunda-feira, junho 15, 2015

Discos voadores nos céus do Rio Grande do Sul, na década de 50



A década de 50 foi pródiga em avistamentos, reais ou imaginários, de objetos voadores não identificados em todo o mundo. O Brasil não era uma exceção, e o Rio Grande do Sul muito menos. Discos voadores teriam sido vistos nos céus de Porto Alegre e em muitas outras partes do Estado, o que sempre rendia matérias nos jornais da época, como se vê nestas notas do Correio do Povo do final do ano de 1954. Se houve "abdução" - como alegam os participantes do encontro dos abduzidos que aconteceu neste final de semana na capital gaúcha - ninguém sabe dizer.

domingo, junho 14, 2015

Café lidera a lista das exportações brasileiras em 1940

É, os tempos mudaram mesmo, e o Brasil evoluiu também economicamente, como vemos nesta reprodução do jornal Correio do Povo, de 1941. O artigo fala das exportações brasileiras, que deram um grande salto com a Segunda Guerra Mundial. Note-se que o País era essencialmente uma nação agrária, de produtos primários, já que na lista das principais exportações não aparece nenhum dos industrializados. O café, como sempre. lidera a lista, seguido por algodão e carnes.

sexta-feira, junho 12, 2015

Mulheres passam a trabalhar como garis: avanço da "emancipação feminina": 1975.

O ano de 1975 - ou seja, há exatamente quatro décadas - foi declarado pela ONU como "o ano da mulher", e muitos eventos marcaram aqueles dias em que o "belo sexo" já conquistava importantes avanços em todas as áreas, mas nada comparável com o que se verifica hoje. Em um tempo em que ainda se usava cabelos compridos e se trajava calças boca-de-sino e o Brasil vivia o regime de exceção, alguns prefeitos resolveram "ousar", contratando - vejam só - mulheres para o serviço de limpeza das ruas. O fato de, pela primeira vez, haver garis do sexo feminino virou notícia em todos os jornais, atestando a "emancipação" da mulher brasileira... Como se vê, outros tempos.Reprodução do CP.

quinta-feira, junho 11, 2015

Galos lutam "chapados" no tempo das rinhas

Houve uma época em que as brigas de galo, as rinhas, não só eram permitidas como se constituíam em um dos espetáculos preferidos da população gaúcha. Hoje consideradas ilegais, sujeitas à prisão em flagrante de quem lá estiver, as rinhas tinham nos "galistas" os profissionais especializados que criavam os galos, os selecionavam para as lutas e, não raras vezes, usavam de artifícios para que seus bichos se dessem bem na arena de combate, como se vê nesta matéria do Correio do Povo de 1975, em que um criador bastante inventivo "chapava"seus animais com maconha para que, alucinados, lutassem ainda com maior ferocidade. V.M.

quarta-feira, junho 10, 2015

Festival de cinema de Gramado em 1976: futilidades e discussão da profissão de ator.


Há 39 anos o Festival de Cinema de Gramado, então em sua quarta edição, ainda durante o regime ditatorial, acontecia no mês de janeiro, nesta cidade da Serra gaúcha cujos principais encantos se revelam justamente no inverno. O quarto festival foi um dos mais badalados e comprovava que, decididamente, o evento se consolidava como o principal em seu gênero no País. No Hotel Serrano, com sua disputada piscina, a nata da sétima arte nacional badalava, namorava e dava entrevistas como se fossem astros de uma holiúde tupiniquim. Os homenageados daquele ano foram Grande Hotel e Alberto Cavalcanti, mas a dupla que mais chamou a atenção, pela beleza, foi a modelo e, digamos, atriz Rose di Primo e aquele que era considerado "o homem mais bonito do Brasil", Pedro Aguinaga. Futilidades à parte, o festival daquele ano teve também discussões sérias, como a que envolveu o então ministro do Trabalho, o gaúcho Arnaldo Prieto, que foi lá discutir a regulamentação da profissão de ator - que que, incrivelmente, ainda não existia. 

segunda-feira, junho 08, 2015

Primeiro Campeonato Gaúcho de Surf: fevereiro de 1968, na Praia da Guarita



1968. Esse foi um ano histórico para o surf gaúcho, que organizava o seu primeiro campeonato estadual de um esporte que, como diz a matéria, já estava sendo praticado em muitas partes do mundo e para cuja prática  - esclarecia didaticamente o jornal - "é necessária a presença da onda". Realizado em fevereiro daquele emblemático ano - portanto, há 47 anos - o primeiro campeonato estadual aconteceu na praia da Guarita, em Torres, e contou com a participação daqueles que hoje podem ser considerados os dinossauros de tal esporte, geralmente de famílias abastadas do Rio Grande do Sul. O grande vencedor foi Marco Antonio Silva, então com 26 anos. A promoção era da Companhia Jornalística Caldas Júnior e da Ipiranga. Quem visualizar estas reproduções - hoje muitos devem ser vovôs - certamente sentirá no coração uma deliciosa onda de nostalgia. Dentre eles João Johanpetter, João Streibel e outros cujos nomes estão aí.

Alvorada pede um único telefone para contatar com o mundo: 1966

Se hoje até carroceiro tem telefone celular, capaz de falar com qualquer parte do mundo, a qualquer hora e dia, no passado nem tão remoto a realidade era bem outra. Quem lembra daqueles tempos não sente saudade. Em 1966, por exemplo, o município de Alvorada, coladinho a Porto Alegre, estava sem nenhum - isso mesmo - telefone capaz de contatar com outros cantos do mundo, como se vê nesta matéria do Correio. Eram os tempos da famigerada Companhia Riograndense de Telecomunicações, a CRT, estatal totalmente incapaz de resolver um problema que, nos dias de hoje, os jovens nem imaginam que tenha existido.

Tiroteio no comício dos integralistas: 1937

Na noite de 9 de agosto de 1937 a capital gaúcha assistiu a um forte tiroteio por motivos políticos, quando um popular, talvez simpatizante do comunismo ou do socialismo, atirou contra participantes de um comício da Ação Integralista Brasileira dos "camisas-verdes". de Plínio Salgado Em uma época de forte radicalização política entre direita e esquerda, e quando a guerra civil espanhola matava milhares de pessoas, o Rio Grande do Sul não ficaria imune a tal estado de coisas. O tiroteio aconteceu na avenida Osvaldo Aranha e teve uma vítima fatal, como se vê nesta notícia. Note-se que, a 10 de novembro daquele ano, Getúlio anunciou a ditadura do Estado Novo e, no ano seguinte, os integralistas tentaram um golpe, no qual Vargas quase morreu.

sábado, junho 06, 2015

Um alemão nu na praia de Ipanema: 1941

Nas primeiras décadas do século vinte Porto Alegre era uma cidade com a presença de um grande número de imigrantes, muitos deles recentes e que fugiam ao nazismo e à guerra na Europa. Por sua vez os alemães que haviam emigrado para o Rio Grande do Sul no século anterior dominavam a indústria e o chamado "alto comércio". Em 1941 havia, na capital gaúcha, muitos destes germânicos que para cá vieram, fugindo da situação europeia - eram o que a população local chamava de "neuróticos de guerra", os quais não raro se caracterizavam pelo comportamento exótico e até bizarro, como se vê nesta reprodução do Correio do Povo de abril de 1941: um alemão que passeava nu pela praia de Ipanema, na zona sul porto-alegrense e então muito frequentada no verão. 

sexta-feira, junho 05, 2015

Explosão de mina em quartel mata 12 jovens em Porto Alegre: janeiro de 1953.



Em janeiro de 1953 a população de Porto Alegre emocionou-se com uma inusitada tragédia que matou 12 jovens que serviam no curso de artilharia do CPOR. A explosão de uma mina, durante uma aula de treinamento, no morro
do Menino Deus, matou jovens entre 19 e 22 anos - dez morreram na hora e outros dois no hospital, além de causar ferimentos em muitos outros. Foi um dos maiores e mais tocantes sinistros ocorridos na capital gaúcha em várias décadas, embora pouco seja comentado nos dias de hoje. O fato mereceu páginas do Correio do Povo, conforme se vê nas reproduções acima, da coleção de jornais do Arquivo Histórico de Porto Alegre.

quarta-feira, junho 03, 2015

A China autoriza a entrada da Coca-Cola no país: 1979

Em janeiro de 1979 a China recebia o primeiro carregamento de refrigerantes, justamente de Coca-Cola. Então um país extremamente fechado que fazia os primeiro gestos de abertura econômica, depois da morte de Mao-Tsé-Tung, a "China Vermelha" era um país comunista que impressionava pelo fato de ter mais de 1 bilhão de habitantes. Sábios, os chineses aos poucos se reciclaram, aderiram ao capitalismo e enriqueceram - sem perder o controle político - e hoje são o que são: a segunda economia do mundo, rumo ao primeiro lugar. Nesta matéria, publicada no Correio do Povo, noticiava-se com uma certa surpresa a decisão chinesa de importar o refrigerante que era então considerado o símbolo do capitalismo e do imperialismo norte-americano.

Para Floripa, pela empresa Jaeger: verão de 1941.

No verão de 1941 viajar de ônibus em trajetos de longo curso era uma desconfortável e longa temeridade. os cidadãos geralmente viajavam de trem, de barcos ou mesmo de aviões, preferindo tais meios de transporte às estradas de terra batida, já que não havia nenhuma via asfaltada no Rio Grande do Sul. Nesta propaganda, extraída da Revista do Globo, de Porto Alegre, aparece um anúncio da Empresa Jaeger que partia da Praça Rui Barbosa, no centro, onde então se localizava a estação rodoviária da capital gaúcha, com destino a Araramguá e Florianópolis, "em combinação com as linhas de São Paulo". As viagens aconteciam somente duas vezes por semana, embora para o litoral do Estado houvesse linhas diárias - afinal era o mês de janeiro e muitos seguiam para "os banhos de mar". Os ônibus eram pequenos - tais como as lotações de hoje. Note-se ainda que os telefones de Porto Alegre tinham apenas quatro dígitos.