
Jardim Botânico, Porto Alegre. Fundado em 2006 por Vitor Minas. Email: vitorminas1@gmail.com
sábado, julho 05, 2008
PUC Notícias

A volta do Americano
Época em que havia o Amazonas, o Universal, o Leal Santos, o Cometa, o Ararigbóia, e, mais adiante, o São Pedro - estes, todos, times de futebol. Já o Americano se destacava pela vida social. Por que não poderá ressurgir?, eis a pergunta. Veja este depoimento de Joel Duarte, 57 anos, contador aposentado, morador da rua Itaboraí.
* Clique na seta para ver o filme rodar.
sexta-feira, julho 04, 2008
Allure, hoje

O shopping que mudou o perfil do bairro Botânico irá completar 10 anos de existência

Pois ali (avenida Ipiranga, 5200), em 16 de novembro de 1998, implantou-se o Borbon Ipiranga, empreendimento do grupo Zaffari, empresa que fatura mais de 1,5 bilhão de reais por ano, emprega cerca de 8 mil pessoas e é a quarta maior receita do setor no Brasil e a única entre as quatro grandes redes de supermercados com capital cem por cento nacional.
Fazer compras ou simplesmente passear no shopping Ipiranga é um programa quase obrigatório para todos os moradores do Jardim Botânico e dos seus arredores. Pudera: de porte médio, para shopping, acolhedor, com 70 mil metros quadrados de área construída, 52 pontos comerciais, vários quiosques de serviços, uma praça de alimentação com 700 lugares, o local conta ainda com um hipermercado aberto das 8 horas da manhã até à meia-noite e que também funciona aos domingos.
Aqui é possível se assistir aos mais recentes lançamentos cinematográficos, para todas as idades, em algum dos oito cinemas da marca Cinemark, inclusive em horários matinais, a preços reduzidos. Também no verão se encontra um bom chope, uma comida portuguesa (Restaurante Calamares), café e música ao vivo, além de concertos comunitários e cantores e instrumentistas de qualidade que tocam de quartas aos sábados, na praça de alimentação, não só música popular brasileira, como pop, rock, baladas, bossa nova.
No interior do Ipiranga estão vários caixas eletrônicos, uma agência da Caixa Econômica Federal, uma casa de jogos e uma banca de revistas extremamente sortida, com centenas de títulos em todas as áreas. Há, ainda, mais de uma dezena de telefones públicos, banheiros em perfeito estado de limpeza e fraldários. Externamento, no subsolo, o estacionamento abriga centenas de veículos.
GIGANTE – O grupo Zaffari é totalmente gaúcho, o único entre os quatro grandes com capital totalmente nacional e gestão familiar (apesar de muito assediado por grupos estrangeiros).
Os hipermercados Zaffari são voltados para um público classe A e B, que buscam variedades de produtos, atendimento especial e conforto na hora das compras. Costuma-se dizer que o Zaffari não briga por preços pois disputa um segmento mais abastado. No ano de 2004 a rede faturou 1,3 bilhão de reais, com receita por metro quadrado de 11,2 mil reais – maior que o líder mundial norte-americano Wal-Mart. A empresa, no entanto, não costuma revelar os valores dos seus investimentos.
Além de, recentemente, ter comprado o estádio do Força e Luz, no vizinho bairro de Santa Cecília (negócio de 9,5 milhões de reais), está investindo pesadamente em São Paulo, mo bairro de Perdizes, área nobre da cidade, onde, recentemente, abriu um Bourbon voltado para a classe, com175 mil metros quadrados (quase três vezes maior do que o Ipiranga) de área construída, cerca de 200 lojas e 10 cinemas. A idéia é competir com o grupo Pão de Açúcar e suas lojas especiais – o investimento total não foi revelado. No Rio Grande do Sul, o Zaffari compete com o grupo Sonae (marcas Nacional, Big e Maxxi), que agora pertence a Wal-Mart.
Nada mau para uma empresa que iniciou em 1935, quando o fundador Francisco José Zaffari e sua esposa Santini de Carli montaram uma pequena loja de comércio na Vila Sete de Setembro, no interior de Erechim. Anos mais tarde a empresa expandiu-se para Herval Grande. Nos anos cinquenta os negócios iam tão bem que a família inaugurou as primeiras filiais nas localidades vizinhas e, em 1960, chegou a Porto Alegre, abrindo um atacado. O Zaffari atua, desde os anos 80, na industrialização e comercialização de alimentos e é dono, hoje, das marcas Café Haiti e biscoitos Plic-Plac.
ZAFFARI BOURBON IPIRANGA – Tel.: 3315.5111
A inauguração do Bourbon foi uma solenidade e tanto: naquele dia 16 de novembro de 1998 mais de 2 mil pessoas se acotovelaram na esquina da Ipiranga com Guilherme Alves para assistir aos festejos e aos discursos. Primeiramente o consagrado pianista carioca Arthur Moreira Lima executou o hino nacional brasileiro. A orquestra e o coral da PUC também se apresentaram para o público e para uma comitiva de autoridades que incluía o prefeito em exercício de Porto Alegre, José Fortunatti. A matriarca da família Zaffari, dona Santina, viúva do fundador Francisco José, fez o corte da fita inaugural, tendo ao seu lado o diretor-superientende da Cia Zaffari, Marcelo Zaffari.
Disse Marcelo: “Este shopping é uma flor com pétalas de concreto e vidro que se abre no bairro Jardim Botânico para tornar Porto Alegre ainda mais bela e agradável”.
PRÉDIO INTELIGENTE – Concebido pelos mais modernos padrões arquitetônicos, tendo em vista a satisfação e o bem estar dos clientes e visitantes, o Bourbon ocupou 1350 empregados diretos na sua construção. O terreno tem 39 mil metros quadrados (dos quais o hipermercado ocupa 10,8).
Um sistema de última geração controla toda a infra-estrutura do prédio: climatização, segurança das portas, rede hidráulica e até a refrigeração automática dos alimentos. A energia elétrica é garantida por três subestações que atendem de forma independente os cinemas, o shopping e o hipermercado. O Borbon faz parte dos chamados “prédio inteligentes”, tanto que, em caso de queda da energia elétrica, ela é automativamente ativada por um sistema automático que garante energia contínua por mais 24 horas, bem como a regulagem da temperatura do ar condicionado central.
A obra, que revolucionou a vida do Jardim Botânico, trouxe inúmeros benefícios para a comunidade. A ponte sobre o Dilúvio, na Guilherme, por exemplo, foi construída naquela ocasião, em uma parceria entre a empresa e a Prefeitura. Também foram asfaltadas as ruas em volta do complexo, foi aberta a 18 de Setembro para o tráfego e se investiu em iluminação pública e em obras do esgoto cloacal na Guilherme Alves, na 18 de Setembro e na avenida Ipiranga.
Por outro lado, a Associação dos moradores acompanhou de perto todo o processo de instalação. Em reunião com representantes da Cia Zaffari, a AMAJB (conforme a então secretária Laura Ferreira) cadastrou cerca de 500 moradores do bairro e imediações que desejassem trabalhar ali, sujeitos posteriormente ao processo de triagem e seleção.
PUC Notícias
O blá-blá-blá do Conselheiro

Esse clima cinzento, úmido, é bem coisa de inverno, e a gente tem que se acostumar com ele. Ou então pegar um avião e ir lá pra Bahia.
Quando garoto, morei na Bahia, e tenho a maior consideração por aquela terra e aquele povo. E por aquele sol, que reina soberano praticamente todo santo dia.
Ao contrário da grande maioria, sempre gostei mais da boa terra nesta época do ano, no inverno, quando a horda de turistas ainda não se faz presente e Salvador vive a sua rotina pacata, a sua vida real. Chove muito por lá, nestes meses, e, de vez em quando, o sol também some, o que deixa os baianos irritados e apreensivos. Três dias sem sol é, digamos, o limite: no terceiro dia os baianos já estão de olhos grudados nas nuvens, esperando por ele, e comentando a sua ausência.
Nunca fui aos países nórdicos, mas sei que lá, no inverno, passam semanas, ou meses, sem a luz solar, o que, convenhamos, deve influir no ânimo do povo. Imagine um mês sem sol, com tudo coberto de neve, frio de rachar. Não deve ser fácil. Na Rússia, então, dizem que é ainda pior. Talvez seja por isso que os russos bebem tanta vodka e fazem tantas revoluções.
Ah, a Bahia... Quando lembro nela, lembro da rua Coqueiros da Piedade, onde morei, de dona Maria, uma senhora negra, corretíssima, que mantinha a pousada mais asseada de toda Salvador. Dona Maria - que, espero, ainda esteja viva - era uma mulher rigoroso, mas sempre dentro dos limites. Proibia os homens de levarem mulheres para os quartos e, quando isso acontecia, gritava lá de dentro: "Depois eu quero falar com você!" A gente era advertido, pedia desculpas, dizia que não iria reincidir, reincindia, e assim ia a coisa.
Conhecia Salvador quando ainda havia toque de recolher no Pelourinho, na época bem diferente do que é hoje - hoje está bonito, é ponto turístico, cultural, com muitos bares.
No início dos anos oitenta, entretanto, o Pelourinho era zona de prostituição e boca de fumo. A polícia prendia que andasse nas ruas depois das dez horas da noite. Aqueles casarões centenários abrigavam todo tipo de gente do baixo mundo - ladrões, assaltantes, traficantes, putas, viciados. Havia uma senhora, com mais de setenta anos, que vendia maconha - e todo mundo sabia quem era. Dizem que guardava o produto na geladeira.
Foi no Pelourinho, em 1981, que conheci uma das minhas admirações literárias: Rubem Braga. Havia - não sei bem o motivo - uma festa que reunia toda a nata da intelectualidade baiana por lá, com convidados de fora. Acho que era a comemoração dos 70 anos de Jorge Amado, alguma coisa assim. Jorge Amado, para quem o viu pessoalmente, impressionava pela brancura da pele.
Conheci Rubem Braga por acaso. Garotão, sem dinheiro, conheci um casal que estava bebendo cerveja. Começamos a conversar e o homem - um tipo novo rico, exibicionista - ficou sabendo que eu adorava o velho Braga. "Ah, o Braguinha! É meu amigo, quer conhecê-lo?". Em seguida, me arrastou para junto de onde estava o maior cronista brasileiro e disse: "Braguinha, meu querido! Quero te apresentar um amigo".
Rubem Braga - que tinha a fama de temperamental e irascível - foi pego de surpresa. Acho que nem sabia quem era aquele seu "amigo". Mas fui até ele, apertei sua mão, disse que o admirava, troquei mais algumas palavras e caí fora - que pra chato é que não sirvo.
Recordo perfeitamente do velho Braga - um tipo leão-marinho - com seu bigode e sua pequena estatura. Sempre que o releio - e faço isso seguidamente - lembro daquela noite, lá em Salvador, uma noite estrelada, bela e agradável como a Bahia.
quinta-feira, julho 03, 2008
Você sabia que?

* Que o arroio Dilúvio era conhecido como "Arroio do Sabão"?
* Que, no início do século XX, onde hoje é o Shopping Bourbon, era a "Casa dos Cabritos", uma escola e, embaixo, um abrigo, onde uma família cuidava do colégio?
* Que, quando chegou a água encanada, os moradores do bairro não aceitaram a novidade, preferindo continuar com seus poços?
* Que o primeiro ônibus do JB atropelava pessoas e animais e demorava mais de uma hora para ir ao centro?
PUC Notícias. A INTERNET 15 anos atrás;


* Quinze anos atrás, a Internet era quase uma promessa (tinha 500 mil usuários!). E ainda estava sob o controle do Governo... Nem passou tanto tempo assim, e ela é isso que estamos vendo hoje. Leia na VEJA, de 1993, o que eram os primórdios da rede mundial, no Brasil. Clique sobre a IMAGEM PARA LÊ-LA PERFEITAMENTE.

* Núcleo de Estudos Lusófonos e Grupo de Pesquisas de Literaturas Lusófonas, do programa de pós-graduação em letras da PUCRS, promove, dias 7 e 8 de julho, a jornada de pesquisas "Modernidade e Pós-Modernidade nas Literaturas Lusófonas". O evento acontece das 8h30min às 17 horas, no auditório Ilvo Clemente, sala 305, prédio 8, do campus central, na avenida Ipiranga.
Hospital São Lucas foi inaugurado pelo Presidente Geisel em outubro de 1976
Pelo menos na data de inauguração e na pessoa inauguradora – o então presidente da República Ernesto Geisel.
Foi ele quem cortou a fita inaugural do primeiro hospital da Congregação dos Irmãos Maristas em todo o mundo (hospital que muita gente, erroneamente, pensa não estar localizado no Jardim Botânico). O dia era 29 de outubro de 1976, uma sexta-feira, e o São Lucas surgiria ao mundo como “Hospital Universitário da PUCRS” - um hospital geral, destinado a pacientes adultos e crianças e também um local de estágio para os mais de 800 alunos de vários cursos da PUC.
As obras haviam iniciado em 1972 e, em 1973, estavam concluídos os laboratórios, colocados à disposição para o ensino médico, com os estudantes do curso de Medicina atendendo sob orientação dos professores da Faculdade. Em 1982, por razões jurídicas – e também por ter mudados seus objetivos iniciais – passou a ter a denominação atual.
200 MILHÕES DE CRUZEIROS - A construção só foi possível graças a subvenções estaduais (seis hectares foram doados pelo Governo do Estado), subvenções federais e financiamentos externos, além dos recursos da própria PUC.
O São Lucas foi o trigésimo nono hospital de Porto Alegre e aproveitou a primeira turma do curso de Medicina da Universidade, formada em 1975. O custo total da obra foi de 200 milhões de cruzeiros – o que valeria isso hoje?
Na época da inauguração tinha 40 mil metros quadrados de área construída, capacidade para 600 leitos, 27 ambulatórios, além de laboratórios, salas de raio X, etc. Um completo equipamento para atendimento geriátrico veio do Japão e, em breve, passaria a contar com setor de Medicina Nuclear e Praxiterapia. O Centro Cirúrgico contava com 12 salas. O início do funcionamento, entretanto, não seria imediato.
Naquele 29 de outubro, depois do Presidente ter inaugurado o Condomínio Felizardo Furtado, sua comitiva deslocou-se até a avenida Ipiranga, onde foi recebida pelo Irmão José Otão, Reitor da PUC, pelo Cardeal D. Vicente Scherer e por um grupo de professores. Geisel – que tinha a seu lado o governador Sinval Guazzelli – descerrou a placa comemorativo e D. Vicente deu a benção.
Atualmente circulam pelo São Lucas cerca de 18 mil pessoas, todo dia, muitas delas vindas de outros Estados. A área construída, neste momento, é de 55 mil metros quadrados, sendo 49 mil de hospital e seus serviços e 6 mil do Centro Clínico. Cerca de 2.300 funcionários trabalham no local, sendo 170 médicos residentes e um corpo clínico de outros 550 médicos. O estacionamento é suficiente para 1.500 veículos. Internamente, são 549 leitos para pacientes internados, sendo 440 de internação convencional e 78 de UTIs – adultos, coronariana, pediátrica e neonatal – além de 22 leitos de observação para pacientes de urgência. O ambulatórios está projetado para 110 consultórios e atualmente passa por modificações.
CENTRO DE REFERÊNCIA - O Centro Clínico foi inaugurado em 1988 e abriga 160 conjuntos, 64 especialidades médicas e é destinado preferencialmente aos professores da Faculdade de Medicina. Mantido pela UBEA – União Brasileira de Educação e Assistência, uma entidade civil da congregação dos Irmãos Maristas em Porto Alegre – o São Lucas tem nove pavimentos, sendo o último com apartamentos de internação particular e de luxo. Atende também pelo Sistema Único de Saúde, SUS, e seu objetivo oficial é “ser reconhecido, no Brasil, até o ano 2010, como um hospital padrão de referência em gestão, assistência, ensino e pesquisa em saúde”.
O nome homenageia São Lucas, apóstolo, médico e padroeiro dos médicos. O diretor geral e administrativo da casa é Leomar Bamman, sendo o Irmão Solimar Amaro o diretor adjunto administrativo. O diretor técnico é o Dr. Mateo Baldisserotto e o diretor clínico e acadêmico é o Dr. Carlos Fritscher, tendo como diretor financeiro o bacharel Antonio Felipe Mercali.
TELEFONES: 3320.3000 (geral). 3320.5000 (centro clínico).
Juca e o uísque
O Blá-Blá-Blá do Conselheiro

A culpa é desse nosso clima, desse nosso inverno, desta vez ainda úmido do que os anteriores. Culpa do inverno, do frio, da umidade, do FMI, da globalização, das perdas internacionais, do Bil Gates, desse modelo neocolonial etc etc.
De fato, estou irritado. Como disse, perca a voz para ver como ela faz falta, como o homem é um animal falante, que depende das suas cordas vocais para tudo. Fui tomar um café na padaria e levei cinco minutos tentando dizer que queria um copo de café preto. A atendente me olhou como se eu fosse um ET, um misto de espanto e desprezo, e no final tive que apelar para os gestos, naquela base do "índio quer café", "índio pede isso" - e por aí afora.
Lembrei de uma vez, em Niterói, RJ, em um bar restaurante, ao lado da rodoviária. O dono e todos os garçons eram portugueses, de origem ou nativos. Toda noite eu ia lá, beber uma cerveja (ou meio dúzia também) e tomar uma sopa restô - a sobra de tudo que sobrava, algo incrivelmente delicioso, ainda mais delicioso porque o garçon - sujeito simpático e bonachão, torcedor do Vasco - trazia o prato com o dedão dentro da sopa. Não sei o que tinha de mágico naquele dedo polegar, sei que o dia em que um outro rapaz me serviu - sem o dedão - ela já não tinha o mesmo sabor, o mesmo aroma, o mesmo tempero. Vê como um detalhe pode fazer toda a diferença.
Pois um dia apareceu neste restaurante um grupo de surdos-mudos - todos meio pilantras, daqueles que ficam pedindo dinheiro através daqueles bilhetinhos calhordas, em nome de não sei qual instituição pilantrópica. Estavam lá, em uma mesa, três homens e uma mulher, todos surdos, todos mudos, porém falando muito, na base dos sinais, obviamente.
Uma hora um deles se alterou e fez um sinal para o outro que estava à sua frente - sinal de chifres, chamando o cara de corno. O ofendido, imediatamente, pegou um copo de cerveja e jogou na cara do outro. Não lembro bem como terminou - mas que o cacete rolou, rolou.
Nem sei bem porque estou falando dessas coisas, agora que sou mudo. Talvez porque me sinta colega dos mudos, dos surdos, dos portugueses, dos garçons, ds bactérias, dos humilhados e ofendidos, dos pilantras, dos cornos. Experimentem mudos e vocês vão ver como a gente muda, meus irmãos(Conselheiro X.)
quarta-feira, julho 02, 2008
O blá-blá-blá do Conselheiro

Não se sabe o porquê, mas, de uns tempos prá cá, em qualquer veículo de comunicação, em qualquer conversa na tevê ou no rádio, o que sobra, e bastante, é o bastante.
Os repórteres dizem que está "bastante frio", "bastante quente", "bastante ruim", bastante bom", "bastante alto", "bastante mal feito". Tudo é bastante, e estamos conversados.
Bom, vivemos de modismos, de frases feitas, de clichês, de atentados à lingua. Já teve a época do "prazeiroso" (ou será "prazeroso"?) - que, em última instância, quer dizer "agrádável". Até o nosso presidente, com a sua língua presa, acha tudo prazeiroso - jamais agradável.
Agora vivemos a era do "bastante". Um general espartano,de dezoito estrelas, esses dias, na tevê, disse que a Amazônia tem "bastante estrangeiros".
Vou procurar no Dicionário para saber o que é, exatamente, bastante. Tenho a leve impressão que bastante é o que basta, o suficiente. Como, hoje, o dia foi bastante cinzento, acho que isso é o que nos basta, e estamos conversados. Será que me fiz entender "bastante bem"? (Conselheiro X.)
PUC Notícias

A cara do dia, no Botânico
UTI superlotada no Hospital São Lucas da PUC
Inaugurado em 1976, o Hospital da PUC é uma das referências no bairro Jardim Botânico.
A moderna igreja de São Luís


A paróquia São Luis (Tel.: 3336.1065) foi fundada em 15 de agosto de 1968 e sua construção também deveu-se, em grande parte, à colaboração da comunidade. Antes dela, os fiéis católicos do bairro costumavam frequentar a igreja de São Sebastião, na avenida Protásio Alves, ou então a de São Jorge, no Partenon.
Patrono da Juventude, italiano de nascimento, São Luis Gonzaga morreu aos 23 anos, no dia 21 (quando comemora-se o seu dia) de junho de 1591, como noviço da Companhia de Jesus (jesuítas). Isso aconteceu durante uma grande peste que assolou a cidade de Roma. Luís havia sonhado com a sua morte, e resolveu então ir à Cidade Eterna, dar asssistência às vítimas do contágio. De família nobre, costumava visitar doentes e encarcerados, tendo feito voto de castidade aos nove anos.
Guilherme com Itaboraí
PUC Notícias

Manoel ajudou a construir o conjunto da Felizardo Furtado, nos anos setenta

Seu Manoel Barros da Silva tem 81 anos, nasceu em Portugal e mora no Jardim Botânico desde os 13 anos de idade. Entre outras coisas, é testemunha ocular da construção do Conjunto Residencial Felizardo Furtado.
Mais que testemunha: trabalhou na obra, do seu início, no verão de 1974, até o término desta, em 1976. “Comecei e terminei. Foi uma obra rápida. Tinha mais de 2.500 pessoas trabalhando, em certa época”, conta ele. “A construtora foi buscar gente no interior e veio até uma turma de Santa Catarina”.
Funcionário do almoxarifado, durante 20 anos empregado da empreiteira Gus Livonius (que não mais existe, tal como era), ele recorda do ritmo intenso da construção e da seriedade como ela foi feita.
“A obra não parou nunca, eram dez horas da noite e tava chegando concreto. E o fiscal do Inocoop estava sempre junto, conferia pessoalmente cada detalhe e às vezes mandava desfazer e refazer porque não estava de acordo. Também havia muito cuidado com a segurança, tanto que não me lembro de nenhum acidente sério”, relata.
Outra coisa: os peões tinham alojamento no local e refeições no local, com café da manhã, almoço e janta. Seguindo um cronograma rígido, cada edifício era concluído inteiramente, partindo-se então para a execução de outro dos oito prédios. Um posto de vendas, no lado da rua Ferreira Viana, recebia a visitas dos interessados, que adquiriam os apartamentos confiando nas especificações da própria planta arquitetônica.”Quando terminou, tava quase tudo vendido”, assinala seu Manoel.
AMAZONAS – Residindo ainda hoje na Barão do Amazonas, seu Manoel pegou o Jardim Botânico em um tempo quase rural, a época da Vila Russa. “Meu pai tinha uma chácara na Salvador França. Lembro do Chico Tatão, os filhos dele tinham vacas de leite, no lado de cá da Salvador, que era de chão batido, quase não tinha casas, eu caçava passarinhos ali. A Ipiranga não existia, era só um caminho, e o arroio Dilúvio era um riacho desgovernado.”
As águas do arroio Dilúvio da década de 40 e 50 eram então límpidas, garante ele, e nelas se pegava cascudos, que alguns meninos vendiam nas ruas.
“Era uma água branquinha, limpinha”, recorda seu Manoel.
* Para conhecer a história do CRFF, acesse as postagens de "abril" e "maio".
Vale a pena ver de novo: Gisele, sem a fama

terça-feira, julho 01, 2008
Otávio de Souza iniciou como escola de madeira


“Nós somos um colégio que mistura muitas crianças de famílias de baixo poder aquisitivo com outras de melhor situação”, explica a professora Liramar Cortizo Garcia dos Santos.
Com cerca de 1.100 alunos e 15 salas de aulas, 65 professores e funcionários, o Otávio tem três turnos de aulas (manhã, tarde e noite). A grande maioria dos estudantes são do próprio Jardim Botânico ou da Vila Cachorro Sentado, do outro lado da avenida Ipiranga. Segundo a diretora, há vagas para todos os que procuram estudar.
VELHOS TEMPOS – No dia primeiro de novembro de 1978 os alunos e professores deram adeus ao modesto prédio da rua Felizardo – na verdade, uma “brizoleta” de madeira – e passaram a ocupar o atual, de alvenaria, na rua Afonso Rodrigues, 100. Naquela época a diretora era a professora Bernardete Acauan Correa.
Até então, a escola só ia até a quinta série. Em 1977, porém, já havia sido autorizado o funcionamento da sexta, sétima e oitava séries – foi então que passou a se chamar de Escola Estadual Professor Otávio de Souza. Logo depois – em 1982 – foi autorizado o Segundo Grau.
O Otávio de Souza tem uma história que acompanha a do bairro. Criado, oficialmente, em maio de 1942, e somente em 1947 passou a se chamar “Grupo Escolas Professor Otávio de Souza”, em homenagem a um conhecido médico porto-alegrense que faleceu em um naufrágio marítimo – o do navio “Astúrias”, em 2 de dezembro de 1933.
As aulas só começaram, efetivamente, em 1952, no prédio da rua Felizardo, sob a direção da professora Ruth Magalhães. Eram apenas sete salas de aulas, utilizadas em três turnos. Em 1962 o colégio já contava com três pavilhões.
DISPLICÊNCIA MODERNA – Veterana no magistério, a professora Maria Aparecida não quer dar a entender que é saudosista. Mas, aos poucos, começa a contar histórias de vinte, trinta anos atrás, um tempo em que – segundo ela – os professores eram bem mais valorizados, os alunos respeitavam os mestres e os pais participavam mais da educação dos seus filhos.
“O que a gente sente é que, hoje, a família deixou nas costas da escola a missão de educar. Esqueceram que isso começa em casa, com eles próprios. Mas são os tempos modernos, né, ninguém tem mais tempo pra nada, os pais trabalham fora, é muita correria”, diz, lamentosa.
Outra que fala do passado no mesmo tom é a professora Olga Grimaldi, com mais de 30 anos de magistério.
Lembranças semelhantes tem Neusa Marina Jardim Pastor, moradora da Barão do Amazonas e que recorda do Jardim Botânico no final dos anos sessenta e nos anos setenta. “Onde tem os blocos era uma chácara de agrião. Lembro do armazém da dona Versa, na Valparaíso, do Supermercado Dalmás, o único do bairro, lá por 1976. Também lembro que, nos altos da Felizardo, perto da Fundação Zoobotânica, havia a dona Eva, uma doceira e quituteira muito solicitada, todo mundo encomendava os doces dela para as festas.”
Dentre os alunos mais famosos que passaram pelo Otávio, está um tal de Gabriel – que, dizem, jogou no Fluminense em não se sabe que época. E o cantor Armandinho, que faz sucesso nas paradas musicais: “Pelo que eu sei, ele estudou aqui”, dizem as professoras, sem total certeza do fato. Outra figura conhecida, que trabalhou na escola, foi a ex-secretária de Educação e vereadora, Margarete Moraes – ainda residente no bairro.
BIBLIOTECA E COMPUTADORES – Nem todos sabem, mas o Otávio de Souza conta com uma biblioteca aberta ao púiblico, de segundas às sextas, durante o dia e, à noite, até as 22 horas. Qualquer pessoa do bairro pode ir lá, comprovar sua residência, pagar uma taxa de inscrição que não passa de cinco reais, e retirar um ou mais livros pelo prazo de duas semanas.
Embora modesta, a biblioteca tem livros em bom estado de conservação, enciclopédias (somente para consultas), muitos best-seller e revistas variadas.
Outro atrativo: o Otávio conta com uma oficina de informática, que funciona à noite, e é aberta à comunidade.
Serviço:
* Escola Estadual Professor Otávio de Souza
* Rua Afonso Rodrigues, 100 (tranversal da Guilherme Alves). Tel.: 3336-0769
Vale a pena reler: conheça a história do "Doutor Viagra", o pai da pílula azul (que já morou no Brasil e adora futebol, música e caipirinha)


segunda-feira, junho 30, 2008
Para os gordinhos de verdade: Vigilantes do Peso

Anote aí

Do Baú: o pessoal do Casseta, 23 anos atrás

* Clique em cima para ver a imagem ampliada. Dá pra ler perfeitamente a matéria.
Quem quiser fumar, que se fume! (2)

Também as ruas ganham odores. Ruas que antes eram inodoras, de repente passam a cheirar a coisas bem prosaicos, como o odor de plantas, de umidade, de cigarro, de urina, de mofo, de mil coisas. A nossa própria casa também, e nem sempre são odores agradáveis. Você sente o cheiro do cigarro entranhado em tudo - no travesseiro, nas roupas, na toalha.
Aos poucos porém, passando essa fase crítica, o olfato parece que volta ao normal, assim como o apetite, extraordinariamente aguçado nos dias iniciais de abstinência. Claro, falo por experiência pessoal, já que sou veterano em parar de fumar - já parei seis meses, dois meses e meio, um mês, uma semana. Os sintomas sempre foram os mesmos. Uma coisa eu notei: ao contrário do que muita gente diz, você não fica o tempo todo só "pensando naquilo". Dá até para esquecer do cigarro.
Já o apetite é um capítulo à parte. Quem vai parar com o tabaco, e está em casa, deve estocar bastante coisas nas prateleiras dos armários e na geladeira. Não só doces como salgados, azedos, amargos, qualquer coisa comestível - frutas também valem. Haja comida, meus amigos! É o fenômeno da compensação, acredito.
Ontem comi tantas coisas, e tão diferentes, que quase tive uma diarréia. Banana, doce de uva, abobrinha, chocolate, doce de côco, laranja, manga, macarrão, salada de tomate e cebola, guaraná, galinha assada, carne assada - a lista é grande. Um chiclete na boca ajuda muito, não esqueçam disso.
Da mesma forma, é altamente recomendável, nesses dias, não tomar café e ne nem beber nada de álcool. O café é o maior amigo e compadre do cigarro, os dois são unha e carne, nossa memória, nossos cromossomos, sei lá, já identificam a simbiose entre um e outro, e, ao primeiro gole, vem a vontade de puxar um cigarrinho. Além disso a pessoa fica agitada, o que é sempre ruim nessa fase em que é preciso estar calmo e se dominando.
O gozado é que só me tornei fumante aos 30 anos, o que não deixa de ser um contrasenso e, obviamente, uma burrice. Lembro bem da cena: estava para fora, em uma Estação da Embrapa, e, sei lá porque, pedi um cigarro a um pesquisador. Pela primeira vez na vida traguei - já havia fumado de mentirinha antes. Traguei - e para ver como essa droga é forte - senti imediatamente uma tontura, tanto que me agachei, temendo, quem sabe, cair.
O pior é que gostei da tonturinha - e filei outro do sujeito. Traguei de novo. No outro dia, comprei alguns avultos, e fumei tragando. No segundo dia comprei uma carteira de Free Box - marca que fumei por muitos anos. Por ser um cigarro fraco, cheguei, certa época, a consumir dois maços por dia - 40 cigarros.
Conta-se que Yul Brinner (não preciso explicar quem é, não é mesmo?) fumava quatro maços por dia, o mesmo acontecendo com Humphrey Bogart, que fumava ainda mais, e bebia o dobro do que fumava.
Sinceramente, não sei como conseguiam - não dá tempo, nas horas em que estamos acordados, pra fumar tanto. Deve ser a história de acender um no toco do outro.
Bom, mas chega disso agora. O tempo está úmido no Jardim Botânico, de cara fechado, cinzento, bem segunda-feira mesmo. (Conselheiro X.)
domingo, junho 29, 2008
Colombo se foi do bairro


Quem quiser fumar que se fume!

