quarta-feira, julho 29, 2015

Hoje Drica Moraes faz 52 anos.

Pedro Raymundo cantando ao vivo na Rádio Gaúcha

Apenas três emissoras de rádios existiam na Capital gaúcha naquele início dos anos quarenta - a Itaí, a quarta a ser inaugurada, só operaria no início dos anos cinquenta. Transmitindo quase tudo ao vivo, as rádios Farroupilha, Difusora e Gaúcha encerravam a sua programação por volta da meia-noite, quando então passavam a reinar soberanas as rádios argentinas de grande potência, como a El Mundo e a Belgrano. os jornais porto-alegrenses publicavam diariamente a programação de tais emissoras locais, em um tempo em que a cidade contava com cerca de 300 mil habitantes e 20 mil aparelhos de rádio, estes devidamente cadastrados pelo governo do Estado Novo. Em 1941 o músico Pedro Raymundo, que logo seguiria para o Rio, onde gravou seu estrondoso sucesso "Adeus Mariana", ainda se apresentava ao vivo nos estúdios da Gaúcha, da qual era contratado. Ele foi o primeiro gaúcho  (na verdade era natural do litoral de Santa Catarina) a vestir-se de gaúcho e fazer sucesso dessa maneira na Capital Federal, inspirando Luiz Gonzaga a trajar-se de nordestino, conforme ele mesmo reconheceu.

Para Pelotas e Rio Grande pelos navios da Cruzeiro do Sul: 1941

No início dos anos 40 a navegação, fluvial, lagunar e marítima, era um dos meios de transporte mais utilizados pela população gaúcha, ao lado do trem e, para quem podia e tinha coragem de encarar, a aviação comercial. Naquela época o centro de Porto Alegre era a área mais frequentada e nobre da cidade, concentrando os grandes cinemas, os bares da moda, os restaurantes e os magazines comerciais. No cais do porto - naturalmente ainda sem o muro da Mauá, construído na década de 70  -  passageiros embarcavam em diferentes navios, rumo a todas as capitais e principais cidades costeiras brasileiras, e até mesmo para a Europa, América Latina e Estados Unidos. Para Pelotas e Rio Grande o meio de viagem mais utilizado eram os pequenos navios a vapor de várias companhias de navegação aquática, com destaque para a Navegação Cruzeiro do Sul, conforme vemos neste anúncio da Revista do Globo do verão de 1941. A viagem durava mais de 20 horas para o porto de Rio Grande, via Lagoa dos Patos, com direito a restaurante a bordo e cabines de pernoite.

segunda-feira, julho 27, 2015

Sexta-feira, 28 de julho de 1950

Matéria sobre o acidente do Constellation da Panair, publicado neste blog.

Amanhã, os 65 anos da maior tragédia aérea do Brasil, ocorrida nos céus gaúchos: a queda do Constellation e a morte de Salgado Filho



Amanhã, 28 de julho, marca os 65 anos de uma das maiores tragédias aéreas ocorridas nos céus do Rio Grande do Sul - na verdade, foi o maior desastre da aviação brasileira naquela primeira metade do século 20, o qual teria um capítulo adicional menos de 48 horas depois, quando o Lodestar em que viajava o então candidato a governador, Joaquim Pedro Salgado Filho, caiu no Cerro Cortelini, no município de São Francisco de Assis. As duas tragédias ocorreram em função do mau tempo e chocaram a sociedade gaúcha: somente na queda do Constellation da Panair, o voo 099, morreram 51 pessoas, quase todas integrantes da nata da sociedade rio-grandense de então e que vinham do Rio, a Capital Federal, onde, dias antes, ocorrera a final da Copa do Mundo. Dois dias depois, em um domingo, quando voava para a fazenda do Itu, de Getúlio Vargas, o Lodestar da empresa SAVAG. pilotado pelo comandante Cramer, chocou-se contra árvores, matando dez pessoas. Acima, reproduções dos jornais da época, Correio do Povo, revista O Cruzeiro e Diário de Notícias, com a cobertura da semana em que as bruxas estiveram soltas nos céus do Rio Grande do Sul. Um dos textos, de O Cruzeiro, era de autoria de um jovem jornalista que depois se revelaria um dos mais importantes escritores de ficção do Estado, Josué Guimarães. Para ler a matéria completa a respeito, busque em "acidente do constellation", "queda co constellation da panair do brasil".
Nani, em A Charge Online.

domingo, julho 26, 2015

Borregaard, "uma verdadeira calamidade pública".

Quem conheceu a Porto Alegre do passado sabe que a Borregaard teve um papel vital na história da capital gaúcha. De propriedade de empresários nórdicos que resolveram investir na fabricação de celulose em terras gaúchas, a "fábrica de fedor" empestou os ares da cidade e de outros municípios em volta, a ponto de ser considerada, de longe, a "inimiga pública número um" dos porto-alegrenses. Cínica e mentirosa, escorada em generais do Exército, em uma época de ditadura, a gigante norueguesa acabou por originar um forte movimento ecológico em terras rio-grandenses, do qual ressalta o nome do célebre ecologista José Lutzenberger. Espraiando seu horrível cheiro de ovo podre por toda a capital, a Borregaard, localizada em Guaíba, depois tomou o nome de Riocell e teve, com a redemocratização do país, que instalar equipamentos antipoluentes em sua fábrica e adaptar-se a um realidade que não condizia com a sua visão de uma terra "habitada por índios selvagens" que não mereceriam qualquer respeito.  

Hoje as atrizes Kate Beckinsale faz 42 anos e Sandra Bullock 51.
Sid, em A Charge Online.

Golpistas prometem "telefone na hora" para os usuários: anos setenta.


Quem hoje liga ou atende um telefonema quando está caminhando pela rua, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo, não imagina o que era a telefonia nos anos setenta. Conseguir uma ligação interurbana era um verdadeiro parto, não existiam telefones móveis e os que haviam eram raros e muito caros - tanto que eram declarados como "bens" no imposto de renda, e geralmente levavam anos para ser instalados. Tal dificuldade de comunicação, impensável para a atual geração, gerava até mesmo um comércio clandestino, sem falar em golpistas que prometiam instalar rapidamente os aparelhos fixos nas residências, usando das "boas influências" na companhia estatal - no caso a CRT, Companhia Riograndense de Telecomunicações, de não saudosa memória. As reproduções acima, do CP, atestam isso.

sábado, julho 25, 2015

sexta-feira, julho 24, 2015


Hoje Jennifer Lopez completa 46 anos e no dia de hoje fazem 12 anos da morte do ator Rogério Cardoso.

quinta-feira, julho 23, 2015

"Biliovisionário" sonha com uma rede mundial de computadores interligados: 1994.

Nem faz tanto tempo assim - foi em 1994 que o sonho da Internet se tornou uma realidade plenamente possível para um jovem que era, então, considerado de certa maneira um "visionário": Bill Gates, um dos donos da Microsoft. O "biliovisionário" - conforme matéria da revista Veja - sonhava com uma rede de computadores "planetária", algo que até então parecia mais próprio dos filmes de ficção científica. A Internet chegaria ao Brasil no ano seguinte, de forma incipiente, e hoje é isso que aí está. Porém, na época, muitos especialistas achavam que Gates "pode estar dando um passo maior do que a perna."

Grêmio conquista o heptacampeonato gaúcho, em 1960, com Foguinho e companhia

Em 1960 o Grêmio de Osvaldo Rolla, o Foguinho, seria penta campeão gaúcho, confirmando a sua supremacia estadual. No ano seguinte, no entanto, perderia o título para o Internacional, mas o recuperaria e manteria até 1968, quando conquistou o inédito hepta do Estado. Nesta foto vemos o esquadrão tricolor, com a sua belíssima camisa, posando para o fotógrafo da Revista do Globo.

Martha Rocha, aos 18 anos, curte a celebridade de "vice miss-Universo": 1954

1954 foi um ano complicado para o Brasil,com toda a agitação que se seguiu ao atentado da rua Toneleros, a consequente crise político-militar e, finalmente, o trágico suicídio de Getúlio Vargas. Em Porto Alegre, em agosto, a cidade transformou-se quase em teatro de guerra e houve depredações e mortes. Por outro lado, no final do ano, em novembro, aconteceria a célebre tentativa de fuga de quase mil apenados da Casa de Correção, o presídio central da época, localizado ao lado do Gasômetro, no centro da cidade, acontecimento que encheu de medo os porto-alegrenses. Mas 1954 também ficou marcado como o ano em que a jovem baiana Martha Rocha perdeu o título de Miss Universo para uma norte-americana, naquela que teria sido uma das maiores injustiças em termos de concurso de beleza ao longo de toda a história. Aos 18 anos (a sua idade está errada na matéria do CP), contudo, a despeito de tudo, Martha ficou consagrada como a mais célebre miss brasileira. No ano que vem ela completará 80 aninhos de muitas histórias para contar.

O terrível problema das enchentes na velha Porto Alegre deixava milhares de flagelados


Enchentes como a que agora está acontecendo, já em fase final, em Porto Alegre e municípios vizinhos, eram o grande pesadelo da população da Capital na primeira metade do século passado. Praticamente cercada de águas, a "Cidade Sorriso" sofria os efeitos terríveis do aumento do nível do Guaíba, tanto que era um dos mais agudos problemas urbanos do Brasil naquela época. A enchente de 1941 foi, disparada, a maior de todas, com mais de dois metros de água cobrindo o centro da cidade, onde trafegavam até mesmo barcos grandes. Porém bem antes disso - aliás, quase todos os anos - a cidade vivia tal flagelo, com dezenas de milhares de desalojados. A enchente de 1936 foi uma das piores, deixando nada menos do que 50 mil flagelados na Capital que contaria então com pouco mais de 250 mil habitantes, além de minas submersas na região carbonífera, com quatro mineiros mortos, conforme vemos nestas reproduções do Correio do Povo.O autor deste blog tem uma publicação chamada "Águas de Maio, a Grande Enchente de 1941", em que relata o que foram os dias de maio de 1941 em Porto Alegre e em todo o Rio Grande do Sul.
S. Salvador, em o Estado de Minas. Extraído de A Charge Online.






Hoje Renato Borghetti completa 52 anos, Flávio Venturini 66, Monica lewinsky 42, Sheila Mello 37, Iris Stefanelli 36. E hoje faleceram Amy Winehouse (2011) e Ariano Suassuna (2014).

quarta-feira, julho 22, 2015

terça-feira, julho 21, 2015

Os traficantes de sangue humano aterrorizavam as zonas rurais nos anos setenta



Quando este blogueiro (?) era criança, no interior do Rio Grande do Sul, no final dos anos sessenta e início dos setenta, nossos pais nos alertavam para a presença e possível ataque dos "tiradores de sangue", que era como se chamava então as quadrilhas de traficantes de sangue humano que atuavam principalmente nas zonas rurais, quase sempre a bordo de kombis, e visavam sobretudo as crianças mais pequenas e indefesas. Ao passar do tempo os tais "vampiros" se tornaram personagens de uma possível lenda urbana - ou rural - nada crível, motivo até de gozação por parte de quem ouvia tais relatos aparentemente inverossímeis. Mas, pesquisando na coleção dos jornais do Arquivo Histórico de Porto Alegre (entre eles a extinta Folha da Tarde), por acaso encontrei matérias falando da ação de tais pessoas, o que prova de que não era uma lenda, afinal. Na verdade o comércio e o tráfico de sangue de fato existiam, já que o produto valia muito no mercado internacional, para onde era enviado, especialmente para os países da Europa. É sempre bom lembrar que na época ainda havia o comércio legal e consentido de sangue no Brasil - pagava-se por ele para qualquer pessoa que resolvesse vendê-lo, geralmente pessoas pobres, bêbados e viciados, já que não havia exames clínicos para detectar vírus de muitas doenças, daí o surgimento de tantas doenças. Nas reproduções acima vemos que isso também ocorria em outros países das Américas - era,literalmente, o que o escritor Eduardo Galeano chamou de "veias abertas da América Latina".  

Hoje Emanuelle Araújo faz 39 anos e Galvão Bueno completa 65.
Cazo, Comércio de Jahú. Extraído de A Charge Online.

domingo, julho 19, 2015

Os hippies sofrem o conservadorismo dos anos 70: Porto Alegre

O final dos anos sessenta e o início dos anos setenta foram o auge do movimento hippie, aquele do "paz e amor". Percorrendo o Brasil, e também outros países, sem qualquer dinheiro, na base da cara e da coragem, os hippies eram geralmente mal-vistos e encarados com desconfiança por uma sociedade ainda fortemente conservadora. Considerados dissolutos, promíscuos, viciados e sujos por grande parte da população, eles ainda tinham de enfrentar a repressão da ditadura militar que, naqueles tempos, vivia o seu ápice e não dava moleza a ninguém. Nesta reprodução do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, de junho de 1972, um grupo de mais de 20 hippies eram presos no centro da capital. O motivo principal: eram hippies, simplesmente. Reprodução da Zero Hora.

Ellen Roche


Hoje Ellen Roche completa 36 anos.