sábado, maio 24, 2008

Imponência




Um dos dois edifícios (condomínio Allure) que estão sendo erguidos entre a rua Felizardo e a Itaboraí, pela construtora Rossi, cada qual com 18 andares. A foto foi batida hoje, sábado, faltando 20 minutos para as três da tarde. A imponência da obra está visível contra o céu azul que fez esta tarde.
Na outra foto, também na Itaboraí, na tarde deste sábado, uma bela nuvem se alteia sobre os edifícios.
ANIVERSÁRIO
Agradecemos o convite da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, localizada na rua Serafim Terra, 122. A igreja completou seu sétimo aniversário no bairro e comemorou a data com culto e apresentação de grupos musicais. Parabéns.

Homenagem ao bom humor


Para manter o bom humor neste sábado de tempo abafado, nada como lembrar de Sérgio Porto, o "Stanislaw Ponte Preta". Falecido de ataque cardíaco em 29 de setembro de 1968, carioca da gema que pegou os bons tempos da Cidade Maravilhosa, ele criou tipos inesquecíveis, como a tia Zulmira, o Primo Altamarindo etc., além de frases engraçadissimas´- "a sua ausência vem preencher uma lacuna".

O Conselheiro X. foi aos alfarrábios e descobriu esta foto de Sérgio Porto, retirada de um antiga revista Fatos & Fotos.

É sábado no Botânico




Ontem, sexta-feira, teve a feirinha da rua Felizardo Furtado, na calçada do condomínio. A feirinha, com excelentes produtos, especialmente frutas e verduras, acontecia antes na rua Itaboraí, lembram? Muita gente vem de diferentes partes do bairro para comprar aqui. A feira inicia na metade da tarde e vai até cerca de 21 horas.
Como hoje é sábado, um bom programa é pegar um cineminha à noite no Bourbon Ipiranga. Outra pedida é a peça "Causos do Guri de Uruguaiana", comédia com Jair Kobe, no teatro da AMRIGS, às 21 horas. O teatro é ali, pertinho da Salvador França, no outro lado a Ipiranga. Os ingressos custam 30 reais e podem ser comprados na hora.
Outras dicas de lazer: o pub da Felizardo, o pub da Serafim Terra, a churrascaria do 35 CTG, o Cavanhas, a Tia Zefa e, é claro, os restaurantes e lanchonetes do shopping Bourbon. Quem quiser subir a Petrópolis, sempre encontra o Barranco aberto.
A previsão meteorológica não fala em chuvas para os próximos dias. Ou seja, separe o guarda-chuva.

sexta-feira, maio 23, 2008

Ele quer vender!



Esta CB 400, marca Honda, está à venda por 2.500 reais. O dono, Hélio, morador do condomínio da CORSAN, na Iaboraí, garante que o produto é de primeira. Se você estiver interessado, mande um e-mail para minasvitor@terra.com.br.

Jean Pierre, o nome dele

O sujeito que foi baleado e morto, na noite de sexta-feira passada, na esquina da rua Felizardo com Barão de Amazonas, chamava-se Jean Pierre. Bandido conhecido (e com nome francês!), especialmente no Partenon e no morro da Conceição, não tinha mais do que 30 anos.
Quanto ao autor dos disparos, logicamente não se apresentou e nem há muito interesse em identificá-lo. O que se supõe é que seja da área de segurança, pois usou uma pistola para efetuar os tiros. Feriu mais um e colocou outro a correr.
Hoje é sexta-feira, o tempo está nublado e abafado. Vamos ver qual vai ser o saldo deste final de semana.
Falando em coisas boas: o 35 CTG - o pai dos CTGs do Estado - realiza mais uma de suas domingueiras neste dia 25, com apresentação do grupo Sul América. A propósito: o 35, localizado ao lado do Bourbon Ipiranga, completou 60 anos de existência. Parabéns a todos.
Para saber mais desta instituição do nosso bairro acesse www.35ctg.com.br
VIDEOS DO BAIRRO
A partir de amanhã, neste blog, estaremos adicionando vídeos sobre o cotidiano do bairro. E já começou a campanha de divulgação e panfletagem do Conselheiro X.

quinta-feira, maio 22, 2008

Ela, aos 14 anos


Vejam bem esta foto e esta moça. Ela tinha apenas 14 anos, saiu de Horizontina e ainda sonhava em se tornar uma top model. Mas ficou em segundo lugar...

A matéria da revista Veja parecia profética.

Amanhã a gente coloca a história toda.

Tempo nublado e quente no Botânico. É o veranico de maio.

quarta-feira, maio 21, 2008

Bush, aos 45 anos


O queridão aí da foto, como todo mundo sabe, é o atual presidente norte-americano, George Walker Bush, o "bushinho", filho do velho Bush, aquele que fez a primeira Guerra do Iraque. Retirada da revista Veja, edição de 11 de dezembro de 1991 - uma reportagem sobre os negócios nebulosos da família do então presidente, o pai - cita o filho como um dos possíveis tramposos. Ninguém então imaginava que o rapaz - na época, com 45 anos (hoje está com 61) - chegaria depois à Casa Branca e faria tudo o que está fazendo. Bush, filho, nasceu a 6 de julho de 1946 e, pasmem, é formado em História. Ah, e é também um ex-borracho - parou de beber há tempo, alegando que Jesus é quem o tirou do fundo da garrafa. Pensando bem, não seria melhor que ele continuasse bebendo?

terça-feira, maio 20, 2008

Charge

Criador do Macanudo Taurino - personagem gaudério que marcou época na imprensa gaúcha - Neltair Abreu, mais conhecido como Santiago - fez esta charge, muitos anos atrás. Mesmo sem a permissão do autor, republicamos a tira, que não perdeu a validade: afinal, quem não gostaria de colocar sua égua como "dependente" para fugir à mordida do Leão?

É o Pogressio...





É a nova paisagem do Jardim Botânico: à esquerda as duas torres do edifício construído pela Maiojama, há cerca de cinco anos, na esquina da rua Guilherme Alves com a Itaboraí. Agora, como a onda é de progresso acelerado, a construtora Rossi está levantando as suas duas torres gêmeas (que na verdade são três, pois duas são geminadas) do condomínio Allure, de dezoito andares, como se pode ver no canto à direita. O empreendimento é a maior obra imobiliário no coração do bairro dos últimos anos e, por atrair um público de maior poder aquisitivo, ajudará a mudar o perfil sócio-econômico do Botânico.

As torres do Allure, levantadas em ritmo firme e acelerado, deverão estar concluídas em janeiro do próximo ano. A foto acima foi batida da rua Itaboraí, por volta das 12 horas desta terça-feira, atrás do supermercado Gecepel.

Imagens de hoje na Ipiranga

Imagens de hoje, terça-feira, na avenida Ipiranga. Fez um belo dia de sol, com temperaturas batendo os 30 graus. O trânsito, nesta época, como sempre, foi aquilo que se costuma ver.

segunda-feira, maio 19, 2008

Violência e frente fria.


É, o Botânico não foge à regra e já não é aquele bairro meio tranquilo de um tempo atrás. E nem poderia: a violência está em toda parte e, com a abertura da Terceira Perimetral e o fato da Barão do Amazonas ter se tornando uma via de ligação entre a Zona Sul e Norte da cidade, os bandidos descobriram que roubar e assaltar por aqui não deixa de ser um bom negócio. É roubar e fugir.
Há semanas alguns deles - chinelos, é claro - andavam assaltando montados em bicicletas. Há quem diga que são das redondezas - e quando se fala em redondezas se fala na Cachorro Sentado e lá acima, no morro. Pode até ser injustiça ou preconceito, mas a fama tem algum fundamento.
Na madrugada de sábado, por volta das 3 horas, aconteceu um episódio que mostra bem a situação: houve um tiroteio na esquina da Felizardo com a Barão, um sujeito foi baleado e outro morto com não sei quantos tiros. O comentário geral é de que estariam roubando por aqui e alguém - que ainda não se sabe a identidade - reagiu e meteu bala. É o que se comenta.
Muita gente festejou e quer o cara para herói. De qualquer forma não deixa de ser triste constatar que já estamos entrando nessa do olho por olho e dente por dente.
A propósito: a meteorologia previu chuva para este domingo. Bom, é segunda-feira e o céu está tão azul quanto a camiseta da celeste olímpica. Será que a "frente fria" desviou para o mar, como eles sempre dizem nesses casos? Aproveitem o clima seco e lavem as roupas, ok? (Conselheiro X.)

sexta-feira, maio 09, 2008

Educação é isso

Frase afixada em um bar popular:
"A educação pode não valer muita coisa, mas a falta dela pode lhe custar caro".

quinta-feira, maio 08, 2008

Hoje, a rendição nazista

Hoje, dia 8 de maio, para quem se liga em História, é a data da rendição oficial da Alemanha nazista para as forças aliadas - 8 de maio de 1945. A guerra ainda prosseguiria, entre Estados Unidos e Japão, que só se rendeu em agosto, depois da explosão daquelas duas bombas atômicas, uma sobre Hiroshima e a outra, três dias depois, sobre Nagasaki.
A Alemanha se reergueu e hoje é uma das grandes potências mundiais. Em dez anos já estava em melhor situação econômica do que a Inglaterra, uma das potências vencedoras. É por isso que a gente tem que respeitar a alemoada e sua imensa capacidade de trabalho. O que seria, por exemplo, do Rio Grande do Sul sem os imigrantes que para cá vieram?
A propósito: o Jardim Botânico, especialmente em sua parte alta, já se chamou Vila Russa. Dizem que havia uma colônia de russos instalada aqui. Mas há poucos dados a respeito e até o historiador que faz o "Almanaque Gaúcho", da Zero Hora, diz quase nada saber a respeito. Porém esses russos do JB (então a "Várzea de Petrópolis") vieram bem antes da Segunda Guerra. Onde estão seus descendentes?

quarta-feira, maio 07, 2008

Novidades na biblioteca da PUC

Passada a tempestade que tantos danos causou, (no Condomínio Felizardo Furtado um pinheiro quebrou e caiu, obstruindo uma das entradas), surge este céu de um azul esplendoroso. As ruas já estão secas, veio o frio e todo mundo já retirou os cobertores do armário.
O riacho, que estava quase transbordando, está agora relativamente calmo. Ontem avistei uma cadeira boiando mansamente em suas águas sujas. Dizer que ali havia peixes, há cerca de três décadas...
Por falar nessas coisas, onde foi parar o nosso morador de rua número um, o indefectóvel Fernando?, aquele altão cabeludo que não aceitava esmolas, não bebia e a respeito do qual tantas histórias rolaram, especialmente sobre o seu passado - que havia sido médico, que havia sido advogado, etc. Pois não é que a figura sumiu.
Mudando de assunto: a biblioteca da PUC, uma das opções culturais de quem vive no Botânico, está se reestruturando completamente. Além de ampliar o horário até as 22h40min, agora também abre aos sábados, das 9 às 17h30min, algo que não acontecia antes.
Internamente, tudo se alterou, uma modificação radical que colocou escadas rolantes ligando os três andares, elevadores disponíveis ao público, ar condicionado e alterações na estrutura interna. Por exemplo, os periódicos agora estão misturados aos livros, em uma espécie de amostra temática, ou por assuntos. Novas mesas foram instaladas, embora, infelizmente, as publicações mais antigas, as coleções, não estejam mais à mão dos leitores, que precisam informar o que querem para que os bibliotecários sigam a não sei qual andar a fim de buscá-los. Isso, eu acho, não é bom - o sistema antigo era melhor.
Funcionando no prédio 16, aquele altão, fiquei sabendo que todo o prédio vai ser futuramente ocupado pela Biblioteca. Boa notícias. De igual forma, fiquei sabendo, através de uma bibliotecária veterana, que eles pretendem abrir o local aos domingos, o que é ótimo. Se não foram ainda, vão lá conferir. O ambiente é ótimo, aberto a qualquer um, e dá para passar horas agradáveis lendo o que se quiser.
Outra biblioteca aberta à comunidade é a do colégio Otávio de Souza, bem mais modesta, logicamente, mas que funciona também à noite (menos aos finais de semana), até às 10 horas. Quem quiser, pode fazer uma ficha de inscrição e retirar livros e levá-los para casa. Até amanhã. (Conselheiro X.)

segunda-feira, maio 05, 2008

Você já foi ao Botânico?


Por incrível que pareça, muitos moradores do JB - inclusive aqueles mais antigos - nunca colocaram os pés no Jardim Botânico, a instituição que dá nome ao bairro. Bom, sempre é tempo, especialmente se você tiver crianças pequenas ou simplesmente optar por momentos de relax, tranquilidade e prazer junto à Natureza.
Pode-se caminhar livremente por toda a área, visitar o Museu de Ciências Naturais ou então se sentar em um dos bancos de madeira, junto ao laguinho, observando as tartarugas e os peixes que ali vivem livremente. Em bonitos dias de sol, é um programa que pode anteceder ou suceder um bom churrasco no CTG 35, uma pizzaria ou um almoço familiar.
Desnecessário dizer que o Jardim está situado na Salvador França, 1427, um dos trechos da Terceira Perimetral. Para quem vem de outros bairros, o acesso é fácil, tanto a pé, como usando as linhas municipais de transporte coletivo: a própria linha Jardim Botânico (L.40), a Petrópolis/PUC (L.476), o T2 e o T11, além da lotação Jardim Botânico.
Maiores informações pelo Tel.: 3320.2024 ou acessando o site jbotanico@fzb.rs.gov.br
* O Jardim Botânico fica aberto de terça a domingo, das 8 às 17 horas. Os ingressos são de R$ 2,00 para adultos, r$ 1,00 para pessoas com mais de 60 anos e estudantes. Crianças menores de 12 anos não pagam. O ingresso, comprado na bilheteria de entrada, dá também acesso ao Museu de Ciências Naturais, com suas várias exposições.
Para conhecer a história do Jardim Botânico de Porto Alegre basta você clicar nas postagens do mês de "abril" do nosso blog, na parte esquerda da tela.

O ciclone, aqui e lá

A coisa foi muito pior do que se poderia imaginar. Com esse ciclone extra-tropical, o Jardim Botânico sofreu como não sofria há muito: faltou energia repetidas vezes (inclusive no final do jogo em que o Internacional goleou o Juventude por 8 a 1, no domingo), algumas ruas alagaram e várias árvores foram derrubadas pela força do vento. Pessoas ficaram presas em elevadores e, em apartamentos e residências, voltou a se apelar para as tradicionais velas de cera ou liquinho a gás.
Para complicar, a Net caiu e, com isso, quem tem Internet também ficou na mão, com o sinal indisponível. A própria tevê convencional saiu fora do ar. Foi quase o caos.
A torcido do Inter, porém,. não tem do que reclamar. Assim como o ciclone climático, houve um ciclone dentro do Beira-Rio: o colorado passou como tufão pelo time da Serra.
Agora, manhã de segunda-feira, o sinal da Net voltou, a Internet também, e tudo indica que a situação vá se normalizando aos poucos. (Conselheiro X.)

sexta-feira, maio 02, 2008

As vítimas da chuva e da pressa

É sexta-feira e chove em Porto Alegre. Chuva miúda e persistente, tempo fechado, muitas nuvens. Ou seja, tempo ruim para motoqueiros e motoristas em geral. Imagino que, neste momento, a Terceira Perimetral tenha várias poças de águas e, como sempre, alguns acidentes. Para quem não sabe, o trecho campeão de acidentes na Capital é a esquina da Salvador França com a Ipiranga, tanto no lado de lá como no de cá. Isso é estatístico, diz a Prefeitura: o local superou a esquina da Silva Só como a Ipiranga em número de acidentes. Culpa, geralmente, dos próprios motoristas, quase todos apressadinhos, que não respeitam quando dá o sinal vermelho e não têm nenhuma consideração pelo amarelo. Como é cruzamento, dá no que dá. Os donos de guinchos fazem a festa.
Via expressa, a Terceira Perimetral é, hoje, um amontoado de sinaleiras, muitas delas sem nenhum sentido. Ali, próximo ao Fome Zero (do nosso amigo André), há duas em uma distância de pouco mais de 50 metros. Afinal, prá que simplificar, se dá para complicar? Acho que esse Perimetral deveria ser repensada em muitos pontos.
Lembro de quando a Salvador tinha apenas duas pistas de um asfalto mal conservado, uma pista de ida, outra de vinda, além de muitas casinhas de madeira que estão sumindo para dar lugar a novos empreendimentos comerciais e imobiliários. Naquela época os alagamentos eram constantes e as margens, um barral só. Veio a super obra, o fluxo de veículos se multiplicou e os motoristas porto-alegrenses continuam os mesmos: os mais abusados do Brasil, tanto que nunca respeitam a faixa de pedestre.
Vejam o caso do Bourbon, na rua Guilherme Alves. Eles simplesmente não deixam os pedestres passarem, na entrada do estacionamento, embora haja uma faixa de segurança ali, já bastante desbotada.
Bom, a previsão é de que este final de semana seja assim, chuvoso e cinzento. Segunda-feira, com certeza, as seguradoras de automóveis terão contabilizado um bom número de casos de abalroamento e as tele-entregas registrarão inúmeras derrapadas que acabarão com ossos quebrados em algum leito do hospital de Pronto Socorro. (Conselheiro X.)

segunda-feira, abril 28, 2008

Pobre avenida Ipiranga

Que a mendicância, os maiores e menores de rua, os pedintes, os saltimbancos e os "mágicos das laranjas" (aqueles que ficam nas sinaleiras, tentando fazer toscas acrobacias com as mãos, em troca de algum dinheirinho) estão aumentando em toda a Porto Alegre, ninguém duvida.
Porém, de uns tempos para cá, a avenida Ipiranga - uma das principais vias da Capital - tem sido o cenário crescente e talvez mais visível desse fenômeno.
Especialmente nas esquinas com a Guilherme Alves, a Barão do Amazonas e a Salvador França, eles proliferam como nunca. O problema da avenida Salvador França, leia-se Terceira Perimetral, já é bem conhecido e há muito comentado. A garotada (nem tão garotada assim, boa parte veteranos achacadores), fica lá, esperando fechar o sinal, para pular em cima dos motoristas com uma voracidade de dar inveja a um cachorro pit-bull. Os motoras, na defensiva, constrangidos e até amedrontados, fecham antecipadamente os vidros e torcem para que o sinal verde venha de uma vez.
A questão está ficando pior na Guilherme (defronte ao shopping Bourbon e também nas suas cercanias) e na Barão. Sobre a ponte do riacho, eles armaram um verdadeiro acampamento feito de jornais, madeira e toda sorte de detritos. A sujeira que lá fica é enorme e a paisagem, deprimente. Os próprios transeuntes e moradores do Jardim Botânico e do Partenon não gostam de passar nesses trechos.
Alguns apontam o pessoal da vila Cachorro Sentado, no lado do Partenon, como protagonista dessa história. Não sei se isso confere ou não, e se há ou não solução para o caso. Sei apenas que o fato é digno de registro. Será o "progresso à brasileira" nestes tempos em que, dizem, está havendo um avanço nas condições de vida do povão? (Conselheiro X.)

Quase reta e sempre plana, a avenida Ipiranga não merece ser matratada. Nesta foto, nas proximidades da PUC, esta charmosa ponte de madeira, contruída pela Prefeitura não faz muito, faz a ligação com o bairro Partenon.

sábado, abril 26, 2008

A podridão das águas

Se há um bairro que torce por uma boa chuvarada, este é o Jardim Botânico. Como nos últimos anos, que foram secos, a nossa água do DMAE simplesmente está intragável, tão fedorenta, tão pestilenta, que até para escovar os dentes já fica ruim. Beber, então, chega a causar repugnância. O gosto é de pó de gafanhoto e nem fervendo melhora. Em toda Porto Alegre, não há nada semelhante.
Dizem os técnicos que o problema são as algas que se acumulam no Guaíba, por força da baixa do nível das águas. Considerando que a nossa captação (altura do bairro Navegantes) é feita nesse imensa cloaca que é o hoje "lago" (frescura, pois para mim continua a ser um rio), até que não é de estranhar. O que eu acho estranho, isso sim, é que, passados vários anos, não tenham desenvolvido uma tecnologia para dar fim ao problema. Chega a ser suspeito. Até parece que querem que a gente beba H2O da pior qualidade.
Felizes estão os comerciantes que vendem água mineral. Estão faturando alto, entregando a domicílio os recipientes de 20 litros. Vamos ver se a coisa melhora com alguns dias de chuva, embora se anuncie que este outono vai ser ainda mais seco do que os anteriores. Haja estômago.(ConselheiroX)

Nesta visão, a Ipiranga, quase na esquina com a Barão do Amazonas. Todo o bairro sofre com o gosto e o cheiro de uma água que deixa muito a desejar.

quarta-feira, abril 23, 2008

Os corredores da Ipiranga

Caminhar ou correr na ESEF, especialmente ao amanhecer ou no final do dia, já se tornou um programa obrigatório para muitos aficcionados das atividades físicas ou para aqueles que simplesmente desejam dar um basta à vida sedentária ou tirar aquela incômoda barriguinha. Com essa onda de malhação e dos benefícios da corrida, os adeptos aumentam a cada dia.
A pista principal da ESEF, de 400 metros, está em bom estado de conservação (tirando alguns remendos, aqui e ali) e há, ainda, a possibilidade de se fazer o percurso "por fora", costeando o muro - cerca de mil metros de solo de areia. No final do dia a gente encontra, em uma e outra, dezenas e dezenas de pessoas, de todas as idades e classes sociais.
Porém existem os corredores de rua, que preferem, por exemplo, encarar as calçadas que margeiam uma avenida movimentada como a Ipiranga, mesmo se submetendo a uma boa dose de gás carbônico expelida pelos carros. De certo modo, é mais emocionante correr assim, até pelas dificuldades que se encontra e pela paisagem que muda sempre.
Nesse caso, uma dica: a calçada à esquerda da Ipiranga, sentido centro-bairro, está boa da Veríssimo Rosa até lá adiante da PUC. O percurso é tranquilo e dá, sem estresse, para se ir até a Antonio de Carvalho, encarando um trecho de chão. Já no sentido contrário, rumo ao centro, o melhor trajeto é do outro lado, na calçada do Partenon. Pode-se ir até a João Pessoa sem maiores riscos de torção, não vacilando, é claro, porque há também chão batido e calçamento irregular em determinadas partes.
Se quiser encarar o canteiro de grama que margeia o Riacho Ipiranga, prefira o sentido leste, em direção a Antonio de Carvalho, mais bem conservado. Não faz muito a Prefeitura andou dando uma capinada e ajeitando o local.

terça-feira, abril 22, 2008

Itaboraí: empresa fez o que a Prefeitura negou

A rua Itaboraí, uma das mais longas, senão a mais longa do Botânico, completou um ano de abertura total: aquela parte que era uma simples picada, atrás do Supermercado Gecepel, foi finalmente aberta e asfaltada.
Ficou uma beleza, e mudou totalmente a paisagem, fazendo, inclusive, que muitas pessoas que tinham receio de passar ali à noite hoje o façam sem maiores receios. O fluxo de pedestres e de veículos simplesmente se multiplicou.
Curioso isso: o Poder Público, leia-se Prefeitura, nunca foi capaz de realizar essa simples obra, colocada até no Orçamento Participativo e no entanto nunca levada a termo. Com cerca de dois bilhões de reais de orçamento (o que é uma grana considerável), a nossa Prefa sempre negou fogo. No entanto bastou a construtora Rossi (que nem é gaúcha e sim paulista) iniciar a construção de dois grande edifícios residenciais (mais de 200 apartamentos, 18 andares cada torre), que vão da Felizardo até a divisa com a Itaboraí, para que o problema fosse solucionado. Em apenas dois dias, tudo foi feito, e sem alarde. Beleza.
Para quem não lembra, ou não sabe, a abertura da Itaboraí, ligando a parte baixa à parte alta do bairro, era uma das mais antigas reivindicações da comunidade local. No início dos anos setenta, quando o Botânico ainda tinha chácaras, faltava água, havia inundações e lamaçais constantes, e o condomínio Felizardo Furtado sequer estava em construção, já se pedia isso. Para ver que quando a iniciativa privada põe as mãos em alguma coisa, esta vai pra frente. Claro que quem lucrou com isso foi também, e principalmente, a Rossi. Mas é aquilo que a gente sabe por experiência: quando entra dinheiro em jogo, as coisas mudam de figura. Foi assim com a construção do Shopping Bourbon, dez anos atrás, obra que deu o grande impulso desenvolvimentista ao Botânico.
O grupo Zaffari - como contrapartida social exigida pela Prefeitura - recapeou por sua conta as ruas do bairro, que melhorou muito de aspecto. Também sinalizou as ruas, plantou árvores e, com sua arquitetura peculiar, embelezou a esquina da Guilherme Alves com a Ipiranga.
Ao contrário do nosso vizinho Partenon, ou mesmo da Glória (onde, dizem, há uma caveira de burro enterrada), logo ali, o Jardim Botânico vive um surto de progresso e está se transformando não só em uma respeitável zona residencial como também ganha gradativamente muitas empresas prestadoras de serviço. E, cá prá nós, é um bairro realmente privilegiado em termos geográficos; estamos perto do centro, temos a Terceira Perimetral nos ligando de Sul a Norte, temos amplas áreas de lazer (ESEF, Jardim Botânico), um shopping com mais de 50 lojas, um supermercado aberto até à meia-noite e oito bons cinemas, um hospital de primeira, um CTG (o histórico 35) com churrascaria, uma galeteria conceituada, motel, postos de gasolina, diversas linhas de ônibus e estamos quase ao lado da PUC. Como se não bastasse, o teatro da AMRIGS, no lado de lá da Ipiranga, é, hoje, um dos melhores da cidade.
É, pessoal, a velha Vila São Luís, antiga Vila Russa, estagnada durante muito tempo - terra de chacareiros, de humildes funcionários públicos, de casinhas de madeira, de plantações de agrião e de flores - está mesmo com tudo.
(ConselheiroX)

quinta-feira, abril 17, 2008

Dunga vive

Durante muitos anos, ele, conhecido como Dunga, ou Seu João para outros, foi um dos personagens populares mais conhecidos do Jardim Botânico. Pois não é que Dunga - humilde, boa gente, trabalhador, que nunca reclamou de nada - veio a falecer recentemente, algo que passou batido e nem mereceu registro em parte alguma. Mesmo não sabendo seu nome completo, sua origem, sua família, e nem a sua história, este blog presta sua homenagem a esta figura humilde e tão querida.



Botânico colorido

Nas fotos abaixo, algumas imagens do Jardim Botânico - entre elas, da avenida Ipiranga, ao entardecer, com o nosso riacho parecendo o poético rio Sena (!), e um João de Barro e sua casinha na rua Felizardo Furtado, ao lado do condomínio.




domingo, abril 13, 2008

ESEF está aberta à comunidade do bairro

Uma escola de ponta, reconhecida em todo o País pela sua qualidade do ensino. Assim é a Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ESEF, também conhecida como “Campus Olímpico” da URGS e intimamente ligada à história do bairro, com o qual interage e mantém estreitos laços comunitários.
Afinal, é na ESEF que, todos os dias, centenas de pessoas vão fazer a sua caminhada matinal, correr, passear, praticar exercícios físicos ou então participar de cursos e eventos ligados à área da educação física e da saúde. “Às seis horas da manhã, quando abrimos o portão, já tem gente aqui na frente, esperando para entrar, e a grande maioria é das redondezas”, orgulha-se o professor e diretor da instituição, Ricardo Petersen, 57 anos. Com cursos de especialização nos Estados Unidos, Ricardo se formou na ESEF em 1973 e especializou-se em Desenvolvimento Motor.
Contando cerca de 800 alunos (700 na Graduaçãoe outros 100 na pós), nos cursos de licenciatura e bacharelado em Educação Física, a Escola dispõe de cerca de 40 professores e outros 45 técnicos administrativos.
São 11 mil metros quadrados de área construída e 12,5 hectares de área total.“Somos, sem dúvida, uma das melhores escolas do Brasil na nossa área”, afirma o diretor. Nos últimos anos, apesar das dificuldades financeiras inerentes ao ensino público (há apenas uma verba de 6 mil reais para a manutenção), a ESEF recebeu um grande impulso e vem procurando sempre inovar e oferecer coisas novas aos seus alunos e à comunidade. O fechamento das contas só é possível graças às rendas (cerca de 50 mil reais) obtidas com matrículas e mensalidades em diferentes atividades (a base de 50 reais por pessoa), como piscinas e ginástica para a terceira idade.
Tecnologicamente a Escola está em boa situação – são 130 computadores e equipamentos modernos, especialmente na área de pesquisa. “Temos também 35 programas de extensão e projetos financiados ou em parceria”, informa Petersen. Desses, 20 são voltados para a comunidade e 15 dirigidos a crianças e jovens.
TALENTO E MEMORIA - Um dos mais importantes projetos já implantados é o Centro de Lazer do Idoso, frequentado especialmente pelas mulheres e com atividades diárias. “A procura é sempre muito grande e não podemos absorver todos os interessados”, revela o diretor.
Buscando, basicamente, formar profissionais em Educação Física, a ESEF desenvolve ainda uma produção científica própria, em um bem equipado laboratório. São estudos sobre a resistência humana, a precisão muscular, os efeitos das práticas esportivas, o desgaste os organismos, entre outros. É o chamado LAPEX – Laboratório de Pesquisa do Exercício, geralmente comandado por doutores e doutorandos de Educação Física (a Escola tem 28 doutores e seis mestres).
Há também o Centro de Excelência Esportiva e um projeto de Detecção de Talentos Esportivos iniciado há dois anos. Neste caso vai-se às escolas e a centros comunitários para se avaliar o potencial de atletas iniciantes que, caso aprovados, passam a fazer parte do Banco de Talentos. “É algo semelhante ao que se faz em Cuba e na Austrália, parte da idéia de transformar o Brasil em uma potência olímpica”, explica o professor.
Já o projeto de Excelência Esportiva consiste em avaliar atletas já consagrados, equipes e seleções, analisando o rendimento de cada um deles. Estão incluídos aí a avaliação das seleções de remo, canoagem, judô, esgrima, por exemplo, ou atletas laureados, como o judoca João Derli. Outro destaque é o Núcleo de Esportes de Base, aqui representado pela ginástica olímpica feminina (que pode revelar novas Daianes dos Santos) e pelo judô. Graças a um convênio, conseguiu-se a compra de modernos equipamentos no valor de quase 200 mil reais.
“Temos um equipe de dez meninas e uma pré-equipe de mais dez, na faixa de 7 a 17 anos, embora o número total seja de 150”, informa Petersen.
JUDÔ, GRANDE DESTAQUE - Já o judô – outro grande destaque da ESEF – envolve 250 alunos e vem obtendo excelentes resultados. A ele se combina outra modalidade – a Luta Olímpica.
Com dois ginásios, um centro natatório, um galpão crioulo, oito salas de aula, uma biblioteca especializada no esporte, muito visitada por alunos de outras instituições semelhantes (e aberta à comunidade), um prédio administrativo, um bar, um prédio de musculação, uma pista de corrida e atletismo, locais para o tênis, além do laboratório, a Escola Superior de Educação Física tem várias formas de esporte e lazer disponíveis à comunidade do bairro, como a natação (para todas as idades), sem contar eventuais cursos, como o de Yoga. A instituição edita ainda duas revistas especializadas e mantém intercâmbio com outras universidades, algumas delas do exterior. “Temos um convênio com a Universidade do Porto, em Portugal, sendo que vem gente de lá para cá e vai gente daqui para lá, dar cursos rápidos”, diz o diretor Ricardo.
Um projeto ambicioso, mas que ainda não deslanchou por falta de recursos, é o Centro de Memória do Esporte e que também englobará, no futuro, a dança. “A idéia é transformarmos ele em uma espécie de Museu, pela concepção moderna, com peças, doações, tudo, algo que não existe hoje no Rio Grande do Sul. Mas ainda estamos batalhando por verbas e o Centro está funcionando em local totalmente inadequado”, lamenta o diretor.
CACHORROS E MUROS – Não faz muito, a ESEF cercou-se de altas paliçadas de concreto à sua volta e centralizou entrada e saída em apenas uma torre de vigia. Com isso acabaram-se os problemas de falta de segurança dos últimos anos, já que a cerca de arame, especialmente no lado da rua Felizardo Furtado, tinha uma abertura que dava acesso a todo tipo de gente. “Entravam também muitos cachorros vadios e até cavalos de carroceiros das redondezas, que ficavam estacionados aqui dentro. A quantidade de cocô que recolhíamos era enorme”, conta o vice-diretor, Luis Fernando Moraes. Também foi contratada uma empresa de vigilância do local. “Hoje não temos mais problemas nessa área”, garante Moraes.
Funcionando em dois turnos, a ESEF não tem aulas de graduação à noite, muito embora sejam desenvolvidos outros tipos de cursos e atividades nesse período. “E só não abrimos no sábado por falta de recursos”, informa o professor .Os portões são abertos, de segunda à sexta, das 6 horas da manhã às sete da noite, período em que qualquer morador do bairro (ou de fora dele) pode frequentar esse espaço, que pode até ser considerado público. Outra coisa que pouca gente sabe: a Escola conta com um canil (paga-se uma diária) para hospedagem de cães – algo, sem dúvida, muito útil para quem mora sozinho e, ao viajar, não tem com quem deixar seu animal.


Escola remonta aos anos 30, na época de Getúlio


A ESEF está no Jardim Botânico desde julho de 1963 mas a sua história remonta ao final dos anos 30, quando o Governo do Estado resolveu criar o Departamento Estadual de Educação Física por recomendação do Interventor Osvaldo Cordeiro de Farias. As profissões ligadas à area do esporte tinham sido regulamentadas naquele ano e o Rio Grande do Sul não quis ficar atrás. Foi então nomeado como diretor da Escola o capitão Olavo Amaral da Silveira. A seu lado estava um grupo de entusiastas – Valdir Calvet Echart, Frederico Gaelzer, João Gomes Moreira Filho e Max Hanke. Não havia um local centralizado e cada modalidade tinha aulas em diferentes pontos da cidade. O curso durava dois anos e a primeira turma formou-se em 1941 – eram 98 homens e 26 mulheres.

Frequentada por centenas de pessoas a cada dia (na primeira foto, com os edifícios do Condomínio Felizardo Furtado aos fundos), a Escola é palco de caminhadas e corridas em sua pista central, de 400 metros. Na foto seguinte, a ESEF vista da avenida Salvador França.

Fundação de Pesquisa fabrica e distribui medicamentos

Difícil imaginar que aqui trabalhem 420 funcionários, em dois turnos de trabalho, produzindo medicamentos para toda a rede pública de saúde do Estado – analgésicos, anti-hipertensivos, diuréticos e até morfina. Medicamentos estes direcionados ao Sistema Único de Saúde, SUS, das prefeituras municipais e da Secretaria Estadual da Saúde, comercializados sempre a preços mais baratos do que os cobrados pelos laboratórios comerciais.
Localizado na avenida Ipiranga, entre o Bourbon e a Terceira Perimetral, o complexo da Fundação Estadual de Pesquisa e Produção em Saúde, FEPPS, é um campus não só de fabricação e de pesquisa nessa área como presta serviços ao cidadão comum que, por exemplo, precisa realizar exames para detectar doenças como a tuberculose, o mal de Chagas, dengue ou HIV, entre outros, todos mediante prévia requisição das autoridades médicas. Também está apto a fazer exames de paterminade
Instalado no Botânico há muitos anos, com prédios sendo ampliados e reformados, o campus do FEPPS abriga o Laboratório Farmacêutico e o Laboratório Central do Estado, bem como o Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da área da saúde. Apenas três outros setores da Fundação – o Hemocentro, o Sanatório Partenon e o Informção Tecnológica – é que não se localizam aqui. O orçamento da FEPPS deste ano é de 15 milhões de reais (não contando a folha de pagamento), com um total de cerca de 600 funcionários trabalhando em todos esses locais.
TUBERCULOSE – O grupo de pesquisadores e cientistas que trabalha na avenida Ipiranga compreende cerca de 35 profissionais com formação superior (a maioria com doutorado). Eles são o que melhor há nessa área, tendo desenvolvido, por exemplo, um kit para diagnóstico da tuberculose considerado inovador e completo até por colegas de grandes centros como Rio e São Paulo. “Na área de biologia molecular somos líderes nacionais, e felizmente não temos problemas de defasagem tecnológica. Também estamos completamente informatizados”, informa Alberto Nicolella, pesquisador e médico veterinário que trabalha há 12 anos na Fundação.
Os medicamentos produzidos pelo Lafergs – Laboratório Farmacêutico do Rio Grande do Sul - saem daqui com a marca Lafergs estampada no invólucro e são distribuídos, potencialmente, para todos os municípios gaúchos através da Divisão de Assistência Farmacêutica.

Bem próxima do CTG 35, na avenida Ipiranga, a FEEPS fabrica vacinas e realiza diversos tipos de exames.

Seu Alécio e seu histórico bar e armazém

“Que mandar!”. “Apatola!”. Quais os frequentadores do bar do seu Alécio que não lembram essas palavras e o seu jeito cordial e calmo de atender a todos? Uma das figuras mais queridas do bairro, aonde chegou no final dos anos sessenta, seu Alécio Caselani teve um armazém de secos e molhados na Felizardo e, depois, o seu tradicional bar, na esquina com a Barão (onde hoje está a farmácia de dona Léa). Mais recentemente transferiu-se para a metade da quadra, alguns metros adiante, e ali trabalhou durante vários anos até enfrentar problemas de saúde e encerrar seu negócio. Natural de Carlos Barbosa, casado com dona Idalina, pai de um casal de filhos (uma das quais é a cirurgiã-dentista Denise, que trabalha no bairro), seu Alécio, hoje octogenário e doente, acumulou patrimônio através de trabalho duro e continuado.
Nas fotos, alguns momentos e figuras humanas que fizeram parte da história do bar do seu Alécio. Em preto e branco, Vilson, já falecido, nascido no Botânico, grande pessoa que deixou saudades. Em outra, Cy, também já no segundo andar, pagando a conta.




Está faltando uma verdadeira associação de moradores

Criada em 1998, a Associação Comunitária e Beneficente dos Moradores e Amigos do Jardim Botânico “está praticamente se extinguindo”, afirma o seu presidente, Carlos Boa Nova, aposentado, 63 anos, morador da rua Roque Gonzales. Quando do seu início, a entidade chegou a congregar cerca de 500 associados, dos quais restam poucos. Motivo básico: a AMOJB não soube mobilizar a comunidade.
“A Associação estava sem atividades e os sócios foram se afastando”, explica Carlos. Outra razão apontada pelo presidente tem a ver com as transformações que o Jardim Botânico tem sofrido nos últimos anos - a chegada de novos moradores, gente que vem de outras regiões e não tem maiores vínculos com o bairro. “O Jardim Botânico está em transição, os moradores mais antigos foram se mudando daqui, vendendo suas casas para se fazer edifícios, hoje há o predomínio de jovens casais, geralmente sem filhos, que trabalham fora e só vem para dormir. Eles não participam da vida comunitária e nem tem interesse nisso”, argumenta Boa Nova. “E, por outro lado, a Associação teria, necessariamente, que se adaptar aos novos tempos, ter mais canais de comunicação com a comunidade.”
DIVIDAS – Até há pouco tempo a entidade mantinha uma sala alugada na Felizardo, no edifício dos Mocelin, ao lado de onde hoje está uma videolocadora. Sem associados, sem recolher dinheiro (as mensalidades, de 3 e 5 reais, são quase simbólicas) e sem desenvolver atividades arrecadatórias, a AMOJB está hoje mergulhada em dívidas. Os aluguéis não foram pagos e até mesmo um oficial de Justiça já veio intimar o presidente a fim de saldar os débitos.
“A nossa última arrecadação foi de 129 reais, uma insignificância que não dá para nada”. Até mesmo o telefone não mais existe, e os poucos móveis da Associação estão guardados em um depósito. Portanto, a menos que surjam fatos novos, a Associação caminha para o seu fim, assegura Carlos. Líder comunitário, morador do Botânico desde 1977, ele, logicamente, lamenta isso, sobretudo quando se sabe da importância de uma entidade de moradores. Além de presidente da Associação desde o final do ano passado, ele é conselheiro do Orçamento Participativo, integrante do Conselho Municipal de Transporte Urbano, diretor de departamento da União das Associações Moradores de Porto Alegre, UAMPA e membro da CPA – Comissão Permanente de Acessibilidade, um órgão que cuida dos direitos dos deficientes físicos.
SHOPPING – Vivendo um momento de transição de “classe média baixa para classe média e média alta”, o Jardim Botânico é hoje uma área de crescente expansão imobiliária. Novos prédios estão sendo erguidos em quase todas as ruas. “O Botânico é um bairro emergente. Dentro de uns cinco anos a Terceira Perimetral vai ser como a Carlos Gomes é hoje”, prevê Boa Nova.
A localização, os serviços, a infra-estrutura do baixo, a proximidade do centro, são alguns dos fatores que explicam tal progresso.
Outra possibilidade é o projeto de um mega shopping que deverá ser construído entre a Salvador França, a Senador Tarso Dutra e a Cristiano Fischer, em terrenos da Máquinas Condor. As informações a respeito são poucas e imprecisas e nem mesmo ele, presidente da Associação dos Moradores, sabe dar maiores informações a respeito. “Não sem nem quem vai construir mas sei que está previsto para ser uma coisa muito grande. Só que a coisa está parada, já que foi encontrado um depósito de água mineral próximo do Posto do Darci, e essas coisas de subsolo são complicadas, dizem respeito à União”, afirma Carlos.
POSTO DE SAUDE - Uma velha reivindicação do bairro (e muito usada para fins eleitoreiros), o Posto de Saúde, deverá mesmo sair, informa o presidente, sem contudo fixar prazos para o início das obras. “O Posto já foi aprovado pelo Orçamento Participativo e tem até recursos alocados, 67 mil reais. Mas não dá para falar em prazos porque as obras do OP seguem um cronograma, tem outras, de outros bairros, na frente, é um processo burocrático”, afirma. A área, próxima à rua Itaboraí, já foi doada pelas Máquinas Condor, empresa que possui muitos terrenos no bairro (e no restante da cidade também). “Será um Posto de Saúde de Atendimento Familiar”, informa Carlos Boa Nova. Hoje o posto mais próximo é o das Bananeiras, já que o da Vicente da Fontoura foi desativado.
Algo que realmente deverá acontecer é a transformação da Praça Raimundo Scherer em praça símbolo dos portadores de deficiência física, um projeto, segundo Carlos, já aprovado pela SMAM, Secretaria Municipal do Meio Ambiente. “Isso já está definido. Vão acontecer ali, em breve, atividades sócio-culturais, principalmente para crianças deficientes, aproveitando que a praça está agora bem iluminada”. Projeto nesse sentido já foi elaborado pela SMAM. A Praça ganhará mais brinquedos infantis, novos bancos, mesas para jogos, entre outros equipamentos, com verbas garantidas no Orçamento Participavio.
Quanto à urbanização da rua Itaboraí, que é interrompida ao meio por uma estreita passagem de terra batida (atrás do Gecepel, altura do bar do Rui), é uma obra que também deverá ser realizada, embora, do mesmo modo, não se precise quando isso ocorrerá – provavelmente no primeiro semestre do próximo ano. Há ainda outro projeto – o de uma creche comunitária, que provavelmente vá estar localizada junto do futuro posto de saúde.