quinta-feira, agosto 21, 2008

Cristiano já foi bancário. Hoje é taxista.

Empregado, ele tem uma jornada de 12 horas diárias de trabalho. Ele já foi bancário, vendedor, fez muita coisas - hoje é taxista e trabalha no ponto da rua Itaboraí com a Guilherme Alves, entre outros de Porto Alegre. Residente no bairro Nonoai, na Zona Sul, Cristiano Machado, 35 anos, inicia o seu batente às 6 horas da manhã e vai até as 18 horas, em uma jornada diária de 12 horas.
Casado, pai de duas filhas, ele optou por trabalhar somente de dia, "até porque eu acho que a noite foi feita para dormir, mas já trabalhei de noite".
Taxista há apenas seis anos, faz em média de 15 a 20 corridas todo dia e fatura, segundo ele, cerca de R$ 1200,00 todo mês, dinheiro que sustenta a família ("minha mulher está desempregada"). Cristiano não é dono do carro ( de prefixo 2733) e, como empregado, recebe 30% do faturamento. Atualmente atende pela Tele-Táxi Cidade, uma das quatro empresas do ramo que atuam no ponto da Itaboraí, considerado livre, e certamente o maior ponto de táxis de rua do bairro. O local não conta com telefone fixo.
Na tarde desta quinta-feira cinzenta e de tempo instável o taxista já havia feito 13 corridas. Ele não se queixa do movimento, "que está normal, mas já esteve melhor". Segundo Cristiano, os dias de chuva sempre são de melhor faturamento, "mas por outro lado o trânsito piora na cidade". O melhor período para quem trabalha com táxi vai de outubro a dezembro - o final de ano.
Talvez por trabalhar de dia, não sente tanto a violência e nunca foi assaltado. Mas conhecia o seu colega, Pedro, que, recentemente, foi assassinado a facadas na Zona Norte, crime que revoltou a categoria e ensejou protestos junto às autoridades. "De dia a gente não sente muito a violência", afirma.
Ele é sincero e diz que optou por ser taxista não exatamente por gostar da profissão, "e sim pela necessidade".

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