domingo, novembro 09, 2008

Felipão, zagueiro bruto que conquistou o mundo

Scolari: decidido e devoto, ele se considera protegido por Nossa Senhora do Caravaggio, cujo santuário é em Farroupilha, RS (foto menor).


Luiz Felipe Scolari, também conhecido como Felipão, ou internacionalmente como Big Phil, (Passo Fundo, 9 de novembro de 1948) é um ex-zagueiro brasileiro e é atualmente treinador de futebol. Foi campeão do mundo de futebol como técnico da Seleção Brasileira em 2002 na Copa do Mundo do Japão e Coréia do Sul.
Scolari é descendente de italianos (seus avós eram imigrantes da região do Vêneto). Portanto, além da nacionalidade brasileira, também possui passaporte italiano.

O jogador
O zagueiro Scolari começou sua carreira futebolística aos dezessete anos, jogando nos juvenis do Aimoré, de São Leopoldo (RS). O seu interesse pelo futebol ocorreu por influência de seu pai, Benjamim Scolari, que na sua época também havia atuado como zagueiro no sul do Brasil. Apesar de não ser reconhecido como um jogador habilidoso, destacou-se pelo seu estilo aguerrido e de liderança, muitas vezes sendo capitão nas equipes por onde passou. Depois do Aimoré, transferiu-se para o Caxias, uma equipe de maior prestígio dentro do cenário gaúcho, onde jogou por sete anos. Depois disso, jogou ainda no Juventude, Novo Hamburgo e no CSA, de Alagoas, clube no qual conquistou seu único título como jogador (Campeão Alagoano), em 1980, e onde abandonou a carreira em 1982.

O treinador
Mostrando o mesmo estilo que o definiu como jogador, Scolari começou como técnico no próprio CSA, passando pelo Brasil de Pelotas, e o Al Shabbab, da Arábia Saudita. Começou a ser reconhecido em 1987, quando levou o Grêmio ao tricampeonato gaúcho. Seu primeiro título nacional veio em 1991 com a conquista da Copa do Brasil pelo Criciúma. Depois de passagens pelo Oriente Médio, retornou ao Grêmio, onde conquistou vários títulos, entre eles a Copa do Brasil 1994 e a Copa Libertadores da América de 1995. Durante este período, Felipão recebeu duras críticas por ser considerado um técnico "retranqueiro", de "jogo feio" e que "mandava bater nos adversários". Mesmo assim, conquistou ainda o Campeonato Brasileiro de 1996 pelo clube gaúcho. Após dirigir o Júbilo Iwata do Japão, transferiu-se para o Palmeiras, consagrando-se campeão da Copa do Brasil de 1998 e da Copa Libertadores da América de 1999. Treinou o Cruzeiro antes de passar a dirigir a Seleção Brasileira, em 2001. No ano seguinte, conquistou o maior título da sua carreira: Copa do Mundo. Realizando uma campanha perfeita com 7 vitórias, venceu a Alemanha na decisão em Yokohama.
Após a conquista, Felipão manifestou seu desejo de dirigir uma equipe européia, o que veio a ocorrer em 2003 após convite da Federação Portuguesa de Futebol para dirigir a Seleção local. Desde então, levou a equipe à final da Eurocopa de 2004, sendo derrotada pela Grécia em pleno Estádio da Luz, Lisboa. Dois anos mais tarde, atingiu as semifinais da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Após eliminar a Holanda e a Inglaterra nas oitavas e quartas-de-finais, respectivamente, caiu diante da França. Na decisão do terceiro lugar, foi derrotado pela Alemanha. Apesar da quarta colocação, o resultado foi muito festejado pois a Seleção Portuguesa não chegava até as semifinais de uma Copa do Mundo desde o Mundial de 1966.
Em partidas amistosas, Felipão dirigiu a Seleção Portuguesa contra o Brasil em duas oportunidades. Na primeira, em 2003, Portugal venceu por 2 a 1 na cidade do Porto. Em 2007, nova vitória portuguesa, desta vez por 2 a 0 em jogo disputado em Londres.
Scolari conquistou credibilidade em quase todas as equipes que dirigiu. Para tanto, conduz seus elencos com "mão de ferro", não se importando em sacar as tidas estrelas de suas equipes. Usa deste expediente para garantir a união e, conseqüentemente, obter sucesso nas equipes que dirige.
Quando assumiu o Brasil não hesitou em sacar do grupo um jogador que era reconhecidamente um craque e uma unanimidade nacional: o atacante Romário. Felipão não gostava da postura do craque fora de campo. Foi pressionado, antes do Mundial de 2002 a levar o atacante, então no Fluminense, mas não fez. Com isso fechou seu grupo no intuito de vencer a Copa. Conseguiu o título e finalmente recebeu o reconhecimento merecido.
Usou da mesma fórmula na Seleção Portuguesa. Excluiu nomes como o goleiro (guarda-redes) Vítor Baía e afastou definitivamente jogadores da seleção anterior. Foi muito criticado pela imprensa local. Mas não obteve o mesmo sucesso que no Brasil. Afinal, Felipão não conquistou nenhum título no país europeu.
Após a eliminição para a Alemanha na Eurocopa 2008, nas quartas de final, o Big Phill deixou a Seleção Portuguesa para assumir o comando do Chelsea, seu primeiro clube de ponta no futebol europeu.

Chelsea
Felipão foi apresentado à imprensa londrina no dia 1 de julho de 2008 e fez sua estréia oficial pelos blues, no dia 17 de agosto de 2008, pelo Campeonato Inglês, contra o Portsmouth, vencendo o jogo por 4 a 0.

Recorde de vitórias seguidas em mundiais
Na Copa do Mundo de 2006, por Portugal, Felipão tornou-se o primeiro treinador da história dos mundiais a obter 11 vitórias consecutivas: sete pelo Brasil durante a Copa do Mundo de 2002 (quando conquistou o Penta para a seleção canarinho) e quatro pela Selecção Portuguesa de Futebol na Copa do Mundo de 2006, encerrando essa série de vitórias consecutivas nas quartas-de-final, no empate em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação com a Inglaterra. Nesta partida, obteve a classificação nos pênaltis após o goleiro Ricardo, que estava substituindo o ídolo português Vítor Baía, conseguir a inédita marca de defender três cobranças em uma mesma partida de Copa do Mundo, superando nove outros goleiros que já haviam defendido duas cobranças, como o brasileiro Taffarel e o argentino Goycoechea.
Na Copa do Mundo de 2002, Felipão levou a Seleção Brasileira, a vitórias contra as seleções da Turquia, China, Costa Rica, Bélgica, Inglaterra, Turquia novamente e, na grande final, a não menos poderosa Alemanha.
Em 2006, na Alemanha, Felipão levou a "Seleção das Quinas", como é conhecida a Seleção Portuguesa, a vitórias contra a Angola, Irã, México e Holanda.


O atual Santuário de Caravaggio em Farroupilha (Rio Grande do Sul) foi construído na década de 1960.
Felipão sempre foi marcado por sua fé católica. Na conquista do pentacampeonato mundial com a Seleção Brasileira, levou consigo e com seus jogadores uma imagem de Nossa Senhora de Caravaggio, santa de adoração entre os descendentes de italianos do Sul do Brasil.
Nossa Senhora acompanhou a Seleção Brasileira de futebol durante a campanha em que conquistou pela quinta vez o campeonato mundial. Felipão, em agradecimento, pagou uma promessa, indo de Caxias do Sul a Farroupilha, a pé, andando uma distância de aproximadamente 20km. Ao deixar a seleção, a santa permaneceu no Brasil, até que tempos depois, para impulsionar a participação de Portugal na Eurocopa, Felipão mandou-a buscar na Granja Comary.
Scolari passou a maior parte de sua carreira em Caxias do Sul (Brasil), e deste fato surgiu sua devoção a Nossa Senhora do Caravaggio. A famosa imagem que o acompanha foi um presente ganho, em 2001, no quadro "amigo oculto" promovido todo final de ano pelo Fantástico, dado a ele pela atriz Fernanda Montenegro.
Em Portugal juntou à imagem da santa "brasileira" a imagem da Nossa Senhora de Fátima.
Luiz Felipe Scolari utiliza a sua fé para motivar e aproximar os seus jogadores. Luís Figo, jogador português, ao ser substituido durante as quartas de finais da Eurocopa de 2004 contra a Inglaterra, pode ser um exemplo de como a fé de Felipão contagia a equipe portuguesa. Durante a disputa de pênaltis, o atacante rezava em frente às imagens das duas aparições da mãe de Jesus, até que o meia David Beckham errou sua cobrança ao sofrer um providencial escorregão.

Títulos pessoais
Melhor treinador da América do Sul: 1999 e 2002
Melhor treinador do mundo: 2002
(Fonte: Wikipedia)

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