sexta-feira, outubro 17, 2008

Por que o Botânico esconde o seu passado?

Embora o Jardim Botânico não seja propriamente um bairro novo, desses que agora são criados, há, aqui, uma grande deficiência: a falta de fotos antigas que retratem a vida dos nossos moradores e das nossas coisas. A gente pergunta pra um, pra outro e mais outro, desses que gostam de rememorar tudo - " e aí, tem alguma foto desse tempo?" - e, invariavelmente, a resposta é negativa, ou, pior, entra naquela base do "vou procurar mas não tenho certeza que tem".
Pois é, e assim vai se perdendo a memória do nosso Botânico, da Vila São Luis, da Vila Russa. Todo mundo fala nas coisas do passado, das festas, das figuras, das ruas, em isso e aquilo, e no entanto na hora de se conseguir uma foto antiga a coisa complica.
Por exemplo, a fábrica de carrocas do seu Lúcio - cadê uma foto? E o armazém do seu Caboclo, um ponto de referência, na esquina da Barão com a Valparaíso, onde agora está um grande edifício, do outro lado do Posto de Gasolina - cadê alguma foto do local ou do seu Caboclo? E dos times antigos, dos clubes, do Universal, do Americano?
Hoje, com as maravilhas tecnológicas, reproduzir uma foto antiga, na hora, em cima de uma simples mesa, é moleza pura. Usa-se a câmera digital e, shazan, sai na hora a reprodução, muitas vezes até melhor do que a original. É só querer, ir lá, revirar velhos álbuns, antigos baús, falar com o avô, que devem sair muitas coisas, muitas imagens em branco-e-preto, que aparentemente não têm valor para alguns mas que são tesouros para a comunidade, instantâneos de uma era que já se foi.
Pois é. Faço um desafio e um apelo aos leitores deste jornal eletrônico: se vocês, ou algum conhecido ou parente, tiver imagens antigas do Jardim Botânico, não tenham medo, não se façam de rogado. Reproduzam, mandem para o Conselheiro por-email, com a data (se não tiver a data certa, ponham a aproximada), o local e o nome das pessoas.
Já basta não termos uma Associação de Moradores digna desse nome, uma entidade que funcione. O pior é também não termos memória e nem vontade de recuperar o passado do nosso bairro. (Conselheiro X.)

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